Ex-presidente foi preso em Maceió após decisão do STF, cumprindo sentença por corrupção e lavagem de dinheiro; política e justiça se encontram em um novo capítulo
O ex-presidente da República Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25) em Maceió, Alagoas, após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo sua defesa, a prisão ocorreu por volta das 4h, quando o político se preparava para viajar a Brasília a fim de cumprir voluntariamente o mandado de prisão.
Collor foi conduzido à Superintendência da Polícia Federal em Alagoas e aguarda a confirmação da decisão em uma sessão virtual do STF, marcada para ocorrer entre 11h e 23h59 desta sexta.
Condenação por corrupção e lavagem de dinheiro
A prisão foi decretada após Moraes negar um recurso da defesa que pedia a revisão da condenação de 8 anos e 10 meses de prisão, definida em 2023 pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O caso remonta ao período em que Collor era dirigente do PTB e teria recebido R$ 20 milhões em vantagens indevidas em contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, entre 2010 e 2014. O STF considerou que ele indicou nomes para cargos na estatal em troca de benefícios.
Em novembro de 2023, o tribunal manteve a condenação após rejeitar embargos de defesa. Na quinta-feira (24), Moraes negou um novo recurso, classificando-o como “meramente protelatório”, e ordenou a prisão imediata.
Prescrição de acusação de associação criminosa
Apesar da condenação, a acusação de associação criminosa foi prescrita devido à idade de Collor, que tem mais de 70 anos.
O ex-presidente, que governou o Brasil entre 1990 e 1992, renunciou ao cargo em meio a um processo de impeachment por corrupção e posteriormente teve seus direitos políticos restaurados.
Agora, aguarda a ratificação da prisão pelo plenário do STF, enquanto sua defesa avalia novas medidas judiciais.