A aprovação do Projeto de Lei 1087/25, que propõe ampliar a faixa de isenção total do IRPF para rendas mensais de até R$ 5 mil (ou R$ 60 mil anuais) e reduzir a carga tributária da faixa seguinte (até R$ 7.350), tem sido defendida inclusive por representantes dos economistas.
Em nota, o Cofecon (Conselho Federal de Economia) afirma que o aumento da isenção do IRPF para rendas de até R$ 5 mil e da tributação para altas rendas, é parte da agenda de justiça social no país.
“É um primeiro passo (essencial, mas ainda insuficiente) para se redirecionar a tributação da renda para um vetor de maior progressividade”, afirma o Cofecon, em nota oficial.
Ao mesmo tempo, o Conselho lembra que, se a tabela do IRPF tivesse sido corrigida regularmente, a faixa de isenção já estaria próxima aos valores propostos e o debate atual poderia avançar para novas etapas de modernização do sistema.
Segundo o Cofecon, o Brasil vive um momento paradoxal: de um lado, setores conservadores do Parlamento resistem a avanços estruturais; de outro, cresce a pressão social por medidas de justiça fiscal e desenvolvimento inclusivo.
“O fim da jornada 6×1 e a própria reforma tributária são exemplos recentes dessa disputa de agendas”, destaca a entidade.
A primeira etapa da reforma tributária, voltada aos tributos indiretos, já foi aprovada, mas sua efetividade depende da regulamentação em andamento, mas o Cofecon alerta que é na segunda fase — a que trata dos tributos diretos, sobretudo o imposto de renda — “que reside a chance de corrigir desigualdades históricas e tornar o sistema tributário brasileiro, de fato, mais progressivo e capaz de reduzir a desigualdade social”.