CNPq lançará bolsa de R$ 13 mil para fixar pesquisadores no Brasil, anuncia novo presidente

Programa Profix-CB deve abrir mil vagas e investir R$ 624 milhões em quatro anos

O novo presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Olival Freire Junior, anunciou que o órgão lançará ainda neste mês um novo edital voltado à fixação de doutores no país, com bolsas de R$ 13 mil por mês durante quatro anos. A iniciativa integra uma nova fase do programa Conhecimento Brasil e prevê investimento total de R$ 624 milhões ao longo de quatro anos.

A chamada, batizada de Programa de Apoio à Fixação de Doutores no Brasil (Profix-CB), deve contemplar cerca de mil pesquisadores com formação de doutorado, financiados pelo FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). O edital será lançado em parceria com as Fundações de Amparo à Pesquisa estaduais e com a Capes.

Segundo Freire Junior, as fundações terão até fevereiro de 2026 para manifestar interesse em participar. A expectativa é que as chamadas estaduais comecem em março do mesmo ano. Cada estado definirá suas prioridades e áreas estratégicas conforme necessidades regionais, evitando a concentração de recursos nos grandes centros do Sudeste — algo que ocorreu na edição anterior do Conhecimento Brasil.

Prioridades alinhadas à Estratégia Nacional de C&T

O novo edital deve dialogar com os eixos estruturantes da proposta de Estratégia Nacional de Ciência e Tecnologia 2024–2034, atualmente em consulta pública. Entre as áreas destacadas estão energias renováveis, bioeconomia, inteligência artificial, computação quântica, novos materiais, minerais críticos, redução de desigualdades e diversidade.

Embora o edital não repita necessariamente todos os benefícios adicionais do programa anterior, Freire afirmou que cada fundação poderá oferecer auxílios complementares, variando conforme a política estadual de fomento.

Avaliação positiva do Conhecimento Brasil e novos planos

Freire destacou que, antes da implementação do Conhecimento Brasil, o CNPq não tinha clareza sobre quantos pesquisadores no exterior estariam dispostos a retornar. No primeiro edital, foram 567 selecionados entre mais de mil inscritos, número acima das expectativas do órgão.

O ex-presidente do CNPq, Ricardo Galvão, previa lançar ainda este ano um edital específico para atrair pesquisadores estrangeiros altamente experientes, especialmente dos Estados Unidos, que enfrentam cortes severos em pesquisa no início do governo Trump. A nova gestão mantém o plano, mas o edital ainda está em fase de desenho por envolver questões de visto e articulação diplomática.

Mais diálogo com a sociedade

O novo presidente também defendeu maior presença do órgão nas redes sociais e uma comunicação mais ativa com a sociedade sobre ações e resultados do CNPq.

Ele citou um exemplo recente: a partir de relatos nas redes, foi identificado atraso no pagamento de bolsas vinculadas a convênios com o Ministério da Saúde — o que, segundo ele, foi rapidamente solucionado após a mobilização digital.

Freire disse ainda que apresentou ao presidente Lula a proposta de que, em 2026 — ano em que o CNPq completa 75 anos — seja organizado um encontro entre o presidente da República e o que chamou de “chão de fábrica da ciência”, reunindo pesquisadores para relatar desafios e avanços do setor.

Com informações: folha.

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