Em nota conjunta, dezenas de clubes brasileiros (incluindo nove agremiações da Série A do Campeonato Brasileiro Masculino) manifestaram ‘enorme preocupação’ com o avanço de discussões no Congresso que podem levar ao veto da publicidade de casas de apostas em eventos esportivos.
No texto, os clubes citam um possível ‘COLAPSO’ (em letras maiúsculas) ‘de todo o ecossistema do esporte’ caso seja determinada a limitação da publicidade das casas de apostas durante as partidas e nas transmissões. As perdas são estimadas em 1,6 bilhão de reais por ano.
O assunto será debatido nesta quarta-feira 28 pela Comissão de Esporte do Senado, que vota um Projeto de Lei de autoria do senador Styvenson Valentim (Podemos-RN), com relatoria do senador Carlos Portinho (PL-RJ). A proposta prevê o veto de publicidade e ações de marketing das empresas de ‘bets‘.
A atual versão do texto impõe restrições de horários para a publicidade. Os senadores também avaliam limitar o uso de atletas e outras figuras públicas nas peças publicitárias. Além disso, a ideia é exigir a exibição de avisos sobre os riscos das apostas.
Os clubes que assinam o texto, porém, avaliam que a proposta em análise é ‘uma proibição fantasiada de limitação’, e citam a vedação à exposição das marcas de casas de apostas nas placas publicitárias dos estádios como um dos principais motivos.
“As graves perdas financeiras serão bastante expressivas para os grandes clubes. Porém, o que é ainda mais cruel no Substitutivo [texto em análise no Senado] é que essas novas regras poderão ser definitivas para a sobrevivência de clubes de menor expressão, que igualmente realizam trabalho social importante e carregam a ligação afetiva das suas coletividades nas regiões em que estão sediados”, diz a nota.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, Carlos Portinho disse que ‘é hora de os clubes assumirem responsabilidade social’, e afirmou que o futebol brasileiro funcionou por décadas sem o dinheiro das casas de apostas.
“Hoje, se você coloca aqui no Senado um projeto para acabar com as bets, passa. Ninguém aguenta mais. Todos já entenderam o tamanho do problema. Na Câmara, não sei. Mas no Senado, passa”, disse o parlamentar ao jornal.
Até a publicação desta matéria, estes eram os clubes da Série A que tinham compartilhado a nota oficial:
- Atlético-MG
- Ceará
- Flamengo
- Fluminense
- Fortaleza
- Grêmio
- Internacional
- Juventude
- Palmeiras