Cisjordânia: colonos sionistas ampliam ataques contra palestinos

A repressão e os ataques sistemáticos do regime sionista contra a população palestina não se limitam à Faixa de Gaza. Na Cisjordânia ocupada, os colonos ilegais — armados e protegidos pelo exército de ocupação — intensificaram suas investidas com o objetivo de expulsar os palestinos de suas terras e expandir os assentamentos ilegais, em mais uma etapa do projeto sionista de colonização total da Palestina.

No domingo, 25 de maio, a região de Al-Auja, nas imediações de Jericó, foi alvo de três ataques consecutivos no mesmo dia. Colonos invadiram a área e agrediram os moradores locais que vivem ali há décadas, numa tentativa clara de expulsá-los para estabelecer um novo posto avançado.

Segundo relatos da imprensa palestina, a ofensiva foi precedida, no dia anterior, pelo corte do abastecimento de água por parte dos mesmos colonos, demonstrando a política de cerco e sufocamento das comunidades árabes. A ofensiva na Al-Auja não é isolada: é parte de uma campanha contínua de limpeza étnica para abrir caminho a mais uma colônia ilegal israelense.

Na mesma data, no vilarejo de Sebastia, ao norte de Nablus, colonos incendiaram cerca de 40 dunams (aproximadamente 4 hectares) de plantações de trigo. A ação foi executada por grupos oriundos do assentamento ilegal de Shavei Shomron e de um novo posto sionista instalado na região. Mohammad Azem, chefe da municipalidade de Sebastia, afirmou à agência de notícias palestina WAFA que os campos incendiados pertencem a camponeses palestinos e que “os danos são devastadores para a economia local, baseada na agricultura”. Não se tratam de incidentes isolados, mas de ataques coordenados com o objetivo de destruir a subsistência dos palestinos e forçá-los ao êxodo.

Ainda na região de Nablus, colonos realizaram outros ataques simultâneos a criadores de gado no norte do Vale do Jordão, dificultando a circulação dos pastores e a alimentação dos animais, o que compromete a economia local e contribui para a asfixia das comunidades rurais palestinas. Em Hebron, pelo menos 70 oliveiras foram arrancadas por colonos sionistas, em mais uma ação voltada à destruição da cultura agrícola da população local.

Os ataques dos colonos foram acompanhados por uma operação militar de larga escala conduzida pelas Forças de Defesa de ‘Israel’, que realizaram prisões em massa em diversas cidades da Cisjordânia no sábado. A repressão foi particularmente intensa nas regiões em que os colonos estavam promovendo pogroms, o que evidencia a colaboração ativa entre o exército sionista e os grupos de colonos armados.

Na vila de Mughayyir al-Deir, a leste de Ramalá, cerca de 150 palestinos foram forçados a abandonar suas casas após cinco dias consecutivos de ataques e ameaças. Durante a evacuação forçada, os colonos invadiram a área e hostilizaram os moradores que desmontavam suas casas.

Um dos participantes da ação foi Elisha Yered, membro do grupo terrorista sionista Hilltop Youth, conhecido por seus crimes contra palestinos e atualmente sob sanções da União Europeia e do Reino Unido. Após a expulsão, Yered ironizou o episódio em tom de comemoração: “isto é redenção!”.

Quatro dias antes, os colonos também atacaram as cidades de Bruqin e Kafr al-Dik, no norte da Cisjordânia, sob a proteção do exército. Casas e veículos foram incendiados em Bruqin, enquanto as duas localidades permanecem cercadas pelas tropas de ocupação desde a morte de um colono em um tiroteio ocorrido num assentamento próximo no início de maio. Como retaliação coletiva, os sionistas impuseram um verdadeiro estado de sítio à população civil palestina da região.

As ações dos colonos e do exército fazem parte de uma política deliberada de anexação da Cisjordânia, com respaldo oficial do governo de extrema-direita de “Israel”. Em março, o Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos alertou para a aceleração da expansão dos assentamentos ilegais. De acordo com organizações israelenses, dezenas de milhares de novas unidades residenciais estão planejadas ou em fase de construção nos territórios ocupados — o que representa uma violação flagrante das convenções internacionais.

A escalada da violência ocorre em paralelo à chamada “Operação Muralha de Ferro” (Iron Wall), iniciada em janeiro pelo regime sionista, que consiste em uma ofensiva armada contra diversas cidades da Cisjordânia. Desde então, segundo dados das Nações Unidas, mais de 40 mil palestinos foram expulsos de suas casas. Em Jenin e Tulcarém, acampamentos de refugiados têm sido sistematicamente demolidos, enquanto famílias inteiras são jogadas na rua, sem assistência ou abrigo.

A ofensiva colonial contra a Cisjordânia confirma que a política genocida de ‘Israel’ não se restringe ao massacre de Gaza. Trata-se de uma política unificada de extermínio do povo palestino em todas as regiões da Palestina histórica, conduzida por meio de operações militares, pogroms de colonos armados e políticas de apartheid. Diante da conivência das potências imperialistas, que seguem apoiando o regime sionista, a única resposta possível vem da mobilização da Resistência Palestina e da solidariedade ativa dos povos oprimidos em todo o mundo.

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