Cirurgião plástico, Herbert Gauss Júnior. Foto: Divulgação

Herbert Gauss Júnior, cirurgião plástico de 71 anos, teve seu registro profissional cassado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região após ser condenado a pagar indenizações a pacientes em mais de 20 processos.

A decisão, tomada em novembro de 2024, confirma uma medida tomada pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) há cerca de dez anos. Gauss, no entanto, recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e tenta reverter a cassação.

A medida que resultou na cassação do registro de Gauss foi baseada em diversas queixas de pacientes, que incluem acusações de erro médico, negligência no pós-operatório, cicatrizes mal feitas e falhas em procedimentos de estética, como seios desproporcionais e tortos.

O médico, por sua vez, alegou que a decisão foi “inapropriada” e que está em busca de reverter a situação por meio de recursos judiciais. As acusações contra Gauss vêm sendo levantadas desde 1999.

A maior parte das queixas diz respeito a falhas nos procedimentos, como a falta de realização de cirurgias pagas, a negligência em esclarecer os riscos e erros durante os pós-operatórios. Em abril de 2024, o portal UOL publicou um levantamento sobre o médico, incluindo entrevistas com 15 ex-pacientes que alegam ter sido vítimas de sua prática.

A decisão de cassação do Cremesp foi confirmada em novembro de 2024, mas o médico havia recorrido judicialmente após a primeira cassação, que ocorreu em 2014. Ele afirmou que a ação foi movida após sua participação no “Programa do Gugu”, onde ele teria feito publicidade indevida de seus serviços médicos, algo que é proibido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

A cantora Gretchen e a apresentadora Hebe Camargo, duas clientes do ex-médico Herbert Gauss. Reprodução

Herbert Gauss ganhou notoriedade na década de 1990 e, entre seus pacientes, contou com figuras como Hebe Camargo, Gretchen e o cantor Leandro, da dupla com Leonardo.

No entanto, o médico tem enfrentado inúmeras ações judiciais ao longo dos anos, com acusações que envolvem não apenas erros médicos, mas também a cobrança por procedimentos não realizados e o não cumprimento das orientações médicas pós-cirurgia.

Uma das ações mais emblemáticas foi a de uma agente administrativa que processou Gauss após uma cirurgia malsucedida. O juiz responsável pela sentença, Mário Daccache, determinou a indenização de R$ 27 mil à paciente, afirmando que o resultado da cirurgia causou “dano evidente” à mulher, resultando em dores físicas e sequelas estéticas.

Em defesa, Gauss argumenta que as acusações são “absurdas” e “ilógicas”, e que têm como objetivo apenas obter “lucro fácil” com processos judiciais. O médico defende que sua obrigação, enquanto profissional, é usar seu conhecimento técnico para reduzir os danos que afetam os pacientes, mas sem a obrigação de garantir a total eliminação das sequelas ou cura completa.

Em relação à decisão do Cremesp e à cassação de seu registro, Gauss reafirma que está “tranquilo” e que seus advogados já entraram com embargos para contestar a medida.

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Last Update: 02/03/2025