
Eduardo Leite abandonou o PSDB para tentar sentar na janelinha no PSD de Kassab. E agora Ciro Gomes estaria pronto para deixar o PDT e retornar ao PSDB, para ocupar a vaga deixada por Leite e se habilitar como candidato anti-Lula em 2026.
O problema de Leite é que o candidato de Kassab é Ratinho Júnior. E o problema de Ciro Gomes é que Leite deixou o PSDB porque o partido quase não existe mais.
Em São Paulo, foi quase todo engolido pelo bolsonarismo. Leite chegou a presidir o partido, que ele ajudou a matar quando assumiu a presidência nacional, e saiu exatamente por isso. O PSDB se evaporou.
O partido só teria utilidade hoje para que Ciro Gomes tentasse, como ilusão, se posicionar melhor em meio a candidatos que vêm fracassando nas pesquisas.
Nem Caiado, nem Zema, nem Tarcísio ou Ratinho têm a força que a direita esperava que eles tivessem para enfrentar Lula.
Ciro iria para a quinta tentativa de chegar à Presidência, como o candidato dos 3% de eleitores, o mesmo índice que Leite apresentava nas pesquisas em que aparecia. O Datafolha optou por Ratinho.
Essa é a situação dos ex-tucanos. Não sabem para que lado voar. No fim, Ciro deve ser candidato ao governo do Ceará, e Leite ao Senado.
A turma deles não existe mais. Um tucano em versão original é um bicho mais escasso do que um mico-leão-dourado.
(Lembrando que, em 2022, Olívio Dutra, Tarso Genro e Manuela D’Ávila abriram o voto para Eduardo Leite ao governo do Rio Grande do Sul, no segundo turno contra Onyx Lorenzoni. Mas nunca mais.)
BOLÍVIA
Depois do golpe de 2019, me dediquei a entender o que se passava na Bolívia. Mas me senti imobilizado pela guerra das esquerdas dentro do Movimento ao Socialismo de Evo Morales.
É devastador ver dois candidatos da direita no segundo turno. Vamos nos preparar para os ventos que virão de terras bolivianas.

A direita avançou nos últimos anos no Peru, no Equador, na Argentina e agora na Bolívia. Está bem acomodada no Paraguai. Ameaça voltar no Chile e na Colômbia e mantém as garras de fora na Venezuela.
Brasil e Uruguai resistem. Se o Uruguai não tivesse a força inspiradora de Mujica, e se o Brasil já não contasse mais com Lula, o que seria de todos nós?