Em uma publicação nas redes sociais, a ministra de articulação do governo Lula, Gleisi Hoffmann (PT), apoia a decisão da Advocacia do Senado ao pedir a prisão de Ciro Gomes (PDT), ex-governador do Ceará, por ser réu por “violência política de gênero” contra a prefeita de Cratéus, Janaína Farias (PT), por declarar que ela recrutava “moças pobres para o serviço sexual sujo” de Camilo Santana. O pedido constitui-se de uma prisão preventiva do presidenciável e ex-governador do Ceará. A ministra ainda afirmou que o departamento do legislativo “agiu muito bem”, de acordo com a Hoffmann e que as ofensas de Ciro são “gravíssimas e de machismo repugnante”.
Ciro Gomes é réu por violência doméstica de gênero contra Janaína Farias, em uma ação da Justiça Eleitoral do Ceará. No ano passado, durante a participação de um evento em Fortaleza, o presidenciável em seus discursos criticou petistas no Estado, citando diretamente o deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara dos Deputados; o ministro da Educação, Camilo Santana (PT); e a prefeita Janaína Farias que atuou como suplente de Camilo Santana no Senado Federal. Ainda de acordo com a Gleisi Hoffmann, “Ele vem desafiando a Justiça com ataques reiterados desde 2024”, na publicação na rede social X, prestando solidariedade à prefeita cearense, colega de partido.
Ciro Gomes disse ainda que “as delegacias de educação estão lotadas pelo senhor da cueca, que também quer ser senador do Ceará”, em uma referência ao político José Guimarães, emendando ataques a Camilo Santana e Janaína Farias.
“Também, pudera, a pessoa que recrutava moças pobres, de boa aparência, para fazer o serviço sexual sujo do seu Camilo Santana virou senadora do Ceará. Agora é prefeita num município do Ceará. E isso é um desafio para o qual os meus queridos amigos estão me chamando para encarar. É para eu encarar? Eu vou encarar”, criticou Ciro Gomes, sem detalhar com mais profundidade as acusações contra os petistas.
Na época, Camilo Santana afirmou que processaria Ciro Gomes. Em uma publicação na rede social Instagram, a prefeita afirmou que Ciro Gomes é conhecido “por agredir moralmente as pessoas e, principalmente, as mulheres”. Janaína Farias foi assessora especial de Camilo Santana, quando foi governador por dois mandatos no Ceará. No Ministério da Educação, ela foi secretária de Gestão, Informação e Inovação.
Por mais que as críticas de Ciro Gomes sejam reacionárias e estejam a serviço de uma campanha golpista contra o Partido dos Trabalhadores (PT), o ex-presidenciável é um político e não fez mais do que o seu papel: falar. A mera existência do processo é absurda, pois se trata de um cerceamento da liberdade de expressão.
O fato de que Gleisi Hoffmann, que há até pouco tempo, tinha Gomes como aliado, tenha pedido prisão para ele mostra como a esquerda pequeno-burguesa brasileira está completamente imersa na política de censura promovida pelo imperialismo.