Pesquisadores da China identificaram pela primeira vez moléculas de água no solo lunar, utilizando amostras coletadas pela missão Chang’e-5 em 2020.

Este achado, divulgado pela Academia Chinesa de Ciências e publicado na revista Nature Astronomy em 16 de julho, contradiz as conclusões anteriores de que a Lua seria completamente árida, baseadas em análises de amostras trazidas pelas missões Apollo da NASA.

Durante a pesquisa, mais de 1.000 clastos minerais foram isolados da amostra fornecida pela Administração Espacial Nacional da China.

Entre eles, um cristal transparente em forma de placa, apelidado de “mineral lunar desconhecido” (ULM-1), mostrou-se enriquecido com moléculas de água. Os cientistas excluíram a possibilidade de contaminação terrestre ou por exaustão de foguetes para este mineral.

A descoberta desafia a visão de longa data de uma “lua seca“, reforçada pelas análises iniciais das missões Apollo e só reconsiderada após avanços tecnológicos recentes em técnicas de microanálise e sensoriamento remoto.

Em 2009, a sonda Chandrayaan-1 da Índia já havia detectado sinais de minerais hidratados em regiões iluminadas pelo sol da Lua, e em 2020, a NASA confirmou a presença de água na superfície lunar com dados do Observatório Estratosférico de Astronomia Infravermelha.

As amostras da missão Chang’e-5, originárias de uma latitude significativamente mais alta que as anteriores, oferecem uma nova oportunidade para investigar mistérios lunares, incluindo a origem e a forma química do hidrogênio lunar.

A próxima missão lunar chinesa Chang’e-6, que retornará à Terra em junho com até 2 kg de material do lado distante da Lua, promete trazer mais descobertas sobre a presença de água e outros componentes lunares.

Com informações do SCMP

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Última Atualização: 23/07/2024