Em entrevista à Voz do Brasil, na noite de quarta-feira, 5, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, abordou temas como o trabalho desenvolvido pelo governo Lula, através do Ligue 180, no enfrentamento à violência contra a mulher, e explicou a diferença entre os equipamentos públicos Casa da Mulher Brasileira e Centro de Referência. 

Com a proximidade da folia, ela foi questionada sobre o que a pasta está preparando para o Carnaval com foco na proteção às mulheres. A ministra revelou que o ministério estará no Rio de Janeiro, trabalhando na mobilização da campanha “Feminicídio Zero – Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada” junto à Prefeitura, ao Ministério da Saúde, e à Fiocruz em uma grande jornada, passando pelos ensaios das escolas de samba.  

No período do Carnaval, peças da campanha serão expostas em diversos espaços do Sambódromo da Sapucaí, com painéis, faixa na avenida carregada por mulheres, adesivos nas portas dos banheiros e distribuição de materiais gráficos.

As mensagens da mobilização lembram que o Carnaval é um momento de festejar, livre de assédio, e que enfrentar e interromper a violência contra a mulher é papel também dos homens. Outro destaque da campanha é reforçar, em todas as peças, a divulgação da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, disponível também no WhastApp (61) 9610-0180.

Ainda de acordo com a ministra, no dia 8 de março, data que marca o Dia Internacional da Mulher, o MMulheres terá um bloco no desfile das escolas de samba: “Será o bloco do Feminicídio Zero. A ideia é que a gente possa chegar a toda a população e falar com o povo”, revelou.

Reestruturação do 180 e compromisso do governo Lula 

Diante dos resultados revelados esta semana, de que o Disque 180 realizou no ano passado mais de dois mil atendimentos por dia, resultando em quase 700 mil atendimentos no período, o que representou um crescimento de 21,6% na procura do serviço em relação a 2023, a ministra reformou a importância do instrumento de denúncia e como ele pode salvar vidas. 

Gonçalves afirmou que o resultado deixa claro o compromisso do governo Lula no enfrentamento à violência contra a mulher, pois “desde que nós assumimos, o governo federal tem colocado o enfrentamento à violência contra as mulheres como uma das prioridades”, afirmou. E isso passa, ela explicou, pela reestruturação do Disque 180, serviço que foi completamente desmantelado pela gestão de Jair Bolsonaro, que integrou o atendimento especializado ao Disque 100; tal decisão contribuiu diretamente para haver uma queda na qualidade do atendimento às vítimas de violência doméstica. 

O segundo fator, ela disse, é que o governo do presidente Lula tem investido muito em campanhas publicitárias e em divulgação: “No segundo semestre, nós trabalhamos a campanha do Feminicídio Zero e de divulgação do 180 nos estádios de futebol. Então, acho que isso ajuda no acesso ao conhecimento e à informação. E, por fim, uma notícia que não é boa, mas é que também aumentou a violência. Então, as pessoas têm buscado informação, elas querem saber, querem orientação para  fazer denúncia.”

O principal tipo de violência registrado pelo Disque 180 foi a psicológica, com 101 mil pessoas denunciando, seguida da violência física.  “As mulheres estão tomando coragem de denunciar antes da agressão física de fato acontecer”, explicou a gestora. 

Diferenças entre equipamentos públicos 

A gestora também informou qual a diferença entre a Casa da Mulher Brasileira, que completou 10 anos de criação este mês, e o Centro de Referência. “A Casa da Mulher Brasileira é constituída de todos os serviços especializados que propõe a lei Maria da Penha. Então nós temos a delegacia especializada, promotoria especializada, defensoria, nós temos apoio psicossocial, de autonomia econômica para colocar a mulher no mercado de trabalho, são 11 serviços dentro da Casa da Mulher Brasileira. Já o Centro de Referência ele dá apoio psicológico e jurídico, e está localizado principalmente no interior”, explicou. 

A previsão é que em 2025 o Ministério das Mulheres inaugure sete Casas da Mulher Brasileira, e três Centros de Referências da Mulher: “Nós acabamos de inaugurar o primeiro Centro da região Norte, em Cruzeiro do Sul, no Acre, e em março nós vamos ter mais quatro inaugurações. Portanto, eu acho que a gente vai ter boas entregas, além da mobilização nacional para garantir às mulheres um atendimento qualificado e humanizado.”

Encontro de gestoras municipais 

Por fim, Cida ainda destacou que, na semana que vem, no dia 12, haverá em Brasília o Encontro Nacional de Prefeitas, Vice-Prefeitas e Gestoras Municipais, que objetiva reunir as novas eleitas para debater a gestão de políticas públicas direcionadas às mulheres e reforçar as boas práticas que têm sido aplicadas em municípios brasileiros sob o olhar delas.

O governo federal tem política para as mulheres em todos os Ministérios, com uma carta de serviços intensa e muito importante para oferecer para as mulheres e para as prefeituras, para que elas possam proteger as mulheres, seja na linha do trabalho, da geração de trabalho e renda, no enfrentamento à violência contra as mulheres e na política de cuidados”, afirmou a entrevistada. 

Da Redação do Elas por Elas, com informações do Ministério das Mulheres e da Voz do Brasil 

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Last Update: 06/02/2025