O tenente-coronel Mauro Cid confirmou nesta segunda-feira 9, em seu interrogatório no Supremo Tribunal Federal, ter recebido um plano que previa a fuga de Jair Bolsonaro (PL) caso o então presidente sofresse um golpe executado pelas Forças Armadas e não permanecesse no poder.
A investigação da Polícia Federal encontrou o documento no computador de Cid. O plano, denominado RAF/LAF, previa diferentes cenários em que o ex-capitão precisaria de auxílio.
O ex-ajudante de ordens não soube, porém, responder ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, qual foi o motivo da elaboração do documento.
“Foi em 2020 ou 2021 que recebi, alguém mandou para mim. O contexto era como se o golpe fosse contra o presidente Bolsonaro, como seria a proteção dele caso ele sofresse um golpe das Forças Armadas”, respondeu Mauro Cid. “Na época não tinha denúncia, nenhum sinal daquilo. Recebi e acabou ficando ali no meu computador.”
O depoente afirmou não ter levado o arquivo ao então presidente. “O volume de coisas que recebia era muito grande, então a filtragem era muito grande também”, alegou.