O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, comparou a tentativa de golpe de Estado em 2022 com o golpe militar de 1964.
Apesar de o decreto para anular as eleições de 2022 ter sido preparado e despachado para análise, a falta de apoio do Alto Comando do Exército impediu a concretização do golpe.
As informações constam do relatório final da Polícia Federal (PF) enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). O sigilo do documento foi derrubado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Durante uma conversa com o tenente-coronel do Exército Sérgio Cavaliere, Cid criticou a falta de apoio do Alto Comando do Exército e defendeu que a situação não deveria ser um impedimento para o plano ser executado.
“Fomos covardes, na minha opinião”, disse Cavaliere.
“Fomos todos, do PR e os Cmt F”, concordou Cid. “Em 64, não precisou ninguém assinar nada”, acrescentou.
Em seguida, Cavaliere respondeu que em 1964 “estavam na mesma embromação”. “Até que um, apenas um, surtou e votou a tropa na estrada. Daí o efeito cascada. O primeiro que colocar os cães na rua leva o resto. A revolta está imensa”, escreveu o militar.