Um artigo publicado pela Folha de S.Paulo, escrito por Amanda Sadalla, confundadora do Serenas, uma Organização Não Governamental (ONG) que diz atuar em defesa das mulheres, trouxe a informação de que um colégio particular paulistano aplicou a pena de suspensão para 34 alunos do ensino médio. O motivo? Foram acusados de administrar um grupo no WhatsApp que estaria promovendo “racismo, homofobia e o machismo”. Os autores chamaram a ação de “cyberbullying”.

O artigo segue dizendo que é preciso que os alunos sejam “educados” para que deixem de ter essa conduta, uma forma de promover a ONG de que a autora faz parte. No entanto, junto com a repercussão da notícia da suspensão dos alunos, é notável que a burguesia quer avançar no controle da juventude em seu uso dos celulares e da Internet em geral.

Sob o pretexto de preocupação com a Educação dos alunos, o governo federal sancionou a lei 15.100/2025, que proibiu o uso dos celulares nas escolas em todo o Brasil. O projeto de lei foi proposto pelo deputado direitista Alceu Moreira (MDB-RS), mas o estado de São Paulo, através do seu governador bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), já havia sancionado anteriormente uma lei estadual no mesmo sentido, sendo o primeiro estado a proibir os celulares nas escolas. A mesma direita, que, com sua política neoliberal, rouba o salário dos professores e os demais trabalhadores da educação, sucateia as escolas com a retirada de orçamento e age com repressão contra os educadores e a juventude, agora estaria preocupada com a educação dos alunos. O próprio governo Tarcísio de Freitas, no mesmo ano que sancionou esta lei, cortou R$10 bilhões do orçamento destinado a educação.

Nos países imperialistas a burguesia já foi além e estendeu a proibição para fora das escolas. Nos Estados Unidos, o TikTok, a rede mais popular entre a juventude, está sendo banido. Na Austrália, foi feita uma lei que proibiu que os jovens tivessem conta em redes sociais.

Essa campanha que visa limitar e até restringir o uso da Internet pela juventude é, na verdade, uma campanha em nome de uma grande censura. Nos Estados Unidos, jovens se mobilizaram pela defesa da Palestina através das informações que chegavam pelas redes sociais, pois, se dependessem apenas da imprensa burguesa, teriam apoiado o genocídio. A burguesia quer transformar a sua propaganda mentirosa como verdade oficial e evitar qualquer contrariedade, mesmo que seja de forma limitada como se dá pelas redes sociais.

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Last Update: 15/03/2025