O governo chinês iniciou uma investigação de salvaguarda sobre a carne bovina importada, em resposta a um pedido feito pela Associação de Agricultura Animal da China e nove associações industriais de grandes regiões produtoras de carne bovina em nome da indústria bovina nacional.
Segundo a agência de notícias Xinhua, o pedido se deve ao aumento significativo das importações de carne bovina nos últimos cinco anos, com um crescimento de 106,28% no primeiro semestre de 2024 em comparação com o mesmo período em 2019.
Os produtores locais alegam que esse aumento afetou de forma significativa a indústria nacional e que existe uma relação causal entre o aumento das importações e o dano causado.
De acordo com as regras da OMC, as autoridades podem iniciar uma investigação de salvaguarda se um aumento no volume de importação de um produto causar ou ameaçar causar danos substanciais à indústria doméstica que produz produtos similares ou diretamente concorrentes.
A investigação examinará carne bovina importada de 1º de janeiro de 2019 a 30 de junho de 2024 e deve levar cerca de 8 meses para ser concluída, podendo ser prorrogada. Serão analisadas as importações de carne bovina de todos os países que fornecem para o mercado chinês.
O porta-voz do Ministério do Comércio chinês disse que a investigação busca proteger os direitos e interesses legítimos das indústrias domésticas, ressaltando que não há alvo específico nem diferenciação de produtos com base na origem.
O Brasil é um dos principais mercados de carne bovina na China. A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) reconhece a importância da China como parceiro comercial do Brasil e se orgulha do comércio mantido.
A ABRAFRIGO se coloca à disposição de autoridades do Brasil e da China para colaborar com o procedimento de investigação, com confiança em uma solução equilibrada e que atenda aos interesses de ambos os mercados.