Relatório da ApexBrasil aponta petróleo, soja, minério de ferro e café como principais itens exportados; indústria de transformação avança, enquanto setor extrativo recua

As exportações brasileiras totalizaram US$ 77,3 bilhões no primeiro trimestre de 2025, valor 0,5% inferior ao registrado no mesmo período de 2024, quando somaram US$ 77,7 bilhões. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 15, pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

Do lado das importações, o Brasil adquiriu US$ 67,3 bilhões em produtos no período, o que resultou em um superávit comercial de US$ 9,9 bilhões. Apesar do saldo positivo, o resultado é inferior ao registrado entre janeiro e março do ano anterior, quando o superávit chegou a US$ 18,5 bilhões.

Entre os principais produtos exportados pelo Brasil no trimestre estão petróleo bruto, soja, minério de ferro, café verde e combustíveis derivados de petróleo. Esses itens continuam a compor a base da pauta exportadora nacional, com forte participação do setor primário.

A ApexBrasil destacou que a indústria de transformação teve crescimento de 5,6% no valor exportado em comparação com o primeiro trimestre de 2024.

Esse desempenho foi atribuído ao aumento das vendas externas de produtos industrializados, enquanto a indústria extrativa apresentou retração de 16,7%, resultado atribuído à queda nos preços internacionais das commodities. O setor agropecuário, por sua vez, manteve estabilidade, com aumento de 4,6% no valor exportado.

No recorte por destino, a China foi novamente o principal mercado para os produtos brasileiros, com importações que totalizaram US$ 19,8 bilhões no trimestre. Em seguida aparecem a União Europeia (US$ 11,1 bilhões), os Estados Unidos (US$ 9,6 bilhões) e o Mercosul (US$ 5,8 bilhões).

Entre os países do bloco sul-americano, a Argentina apresentou o maior crescimento proporcional nas compras do Brasil, com alta de 51% no trimestre. O relatório não especificou os produtos responsáveis por essa variação, mas indicou tendência de ampliação no comércio bilateral.

A ApexBrasil também destacou a expansão no número de mercados internacionais abertos para produtos agropecuários brasileiros. Desde 2023, foram 345 novos acessos, sendo 45 apenas no primeiro trimestre de 2025.

O levantamento apontou que esses avanços são resultado de negociações comerciais conduzidas em articulação com o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Agricultura e Pecuária.

O relatório também reforçou o peso dos produtos básicos na pauta exportadora nacional e indicou que as oscilações nos preços internacionais de commodities continuam sendo fator determinante na balança comercial.

O recuo no valor total exportado, embora pequeno, refletiu especialmente a diminuição da receita obtida com minério de ferro e derivados, impactados pelas cotações do mercado global.

Apesar da queda no superávit em comparação ao mesmo período do ano anterior, a ApexBrasil classificou o resultado como indicativo de resiliência em meio a um cenário de volatilidade econômica internacional e mudanças nas cadeias de suprimento globais.

No total acumulado entre exportações e importações, o comércio exterior brasileiro movimentou US$ 144,6 bilhões entre janeiro e março.

A composição desse fluxo, com superávit inferior ao de 2024, evidencia mudanças nas dinâmicas de compra e venda do país, com destaque para o crescimento de setores industriais e a continuidade do protagonismo da agricultura nas exportações.

Os próximos meses deverão ser acompanhados para avaliação da consolidação das aberturas comerciais recentes e da evolução das vendas externas, principalmente diante da oscilação nos preços das principais commodities exportadas pelo Brasil e do comportamento da demanda nos mercados compradores.

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Last Update: 16/04/2025