O presidente da China, Xi Jinping, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciaram, nesta terça-feira, novos planos para o fortalecimento da parceria estratégica entre os dois países. A declaração foi feita um dia após Donald Trump assumir o segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, marcando um momento de tensões renovadas na política internacional.
A conversa entre os dois líderes ocorreu por videoconferência e foi divulgada por meios oficiais tanto da China quanto da Rússia. Durante o encontro, Xi reafirmou a importância de elevar a relação bilateral a um nível mais avançado, destacando a necessidade de enfrentar incertezas externas e promover a estabilidade no cenário internacional.
“Ambos os lados devem continuar a aprofundar a coordenação estratégica, apoiar resolutamente um ao outro e salvaguardar os interesses legítimos de ambos os países”, disse Xi, segundo a CCTV.
Putin destacou a profundidade e resiliência dos laços entre Moscou e Pequim, afirmando que a parceria não está sujeita a variáveis políticas internas ou conjunturais. A aliança, consolidada ao longo da última década, tem se fortalecido especialmente desde a invasão russa à Ucrânia, em 2022, quando ambos os governos passaram a intensificar a cooperação comercial e militar.
“O trabalho conjunto da Rússia e da China desempenha um papel importante de estabilização nos assuntos internacionais”, disse Putin durante a ligação, segundo a agência de notícias estatal “Ria Novosti”.
A iniciativa ocorre em um momento de ataques da política externa dos Estados Unidos. Trump, em seu primeiro dia de governo, assinou ordens executivas que incluem a retirada do país do Acordo de Paris e da Organização Mundial da Saúde.
Embora tenha adiado medidas mais agressivas contra a China, como tarifas comerciais, o republicano reiterou críticas ao Kremlin e à condução da guerra na Ucrânia.
Xi e Putin defenderam o fortalecimento de um sistema internacional centrado na ONU e reiteraram o compromisso com uma ordem global multipolar. Em comunicado oficial, a liderança chinesa ressaltou que a coordenação estratégica entre os dois países desempenha papel estabilizador nos assuntos globais.
Para analistas, a aproximação sino-russa representa um desafio significativo à hegemonia dos Estados Unidos e seus aliados ocidentais. Além do impacto no equilíbrio de poder global, a aliança tem implicações diretas na segurança da Eurásia e no comércio internacional.
A postura de Trump em relação a Moscou e Pequim será decisiva para moldar o futuro das relações internacionais nos próximos anos. Enquanto isso, a parceria entre Rússia e China deve continuar avançando como uma resposta à pressão ocidental e um pilar central na promoção de um mundo multipolar.