
O Conselho de Segurança da ONU voltou a registrar forte divisão entre as potências mundiais durante reunião de emergência realizada nesta sexta-feira (13), em Nova York.
O encontro foi convocado para discutir a escalada do conflito entre Israel e Irã. Durante a sessão, China e Rússia condenaram a ação israelense, enquanto os Estados Unidos reforçaram apoio ao governo de Tel Aviv.
O embaixador russo Vasili Nebenzia classificou o ataque israelense como “completamente não provocado” e uma “violação grosseira da Carta da ONU e do direito internacional”.
Ele afirmou que a liderança israelense age como se tivesse liberdade total para desrespeitar as normas internacionais e acusou o país de empurrar a região para o risco de uma guerra em grande escala. Moscou também declarou que a resposta iraniana ao ataque estaria “totalmente de acordo” com o artigo 51 da Carta da ONU.

A delegação chinesa também condenou as ações de Israel, afirmando que o país violou a soberania e a integridade territorial do Irã. “Pedimos a Israel que cesse imediatamente toda aventura militar e conclamamos todas as partes a buscar uma solução política e diplomática”, disse o representante de Pequim.
A China também sugeriu que os países com influência sobre Israel, em uma referência velada aos Estados Unidos, atuem de forma construtiva para conter a crise.
Por sua vez, o governo americano, representado pelo diplomata McCoy Pitt, afirmou que os ataques israelenses visam impedir que o Irã desenvolva armas nucleares.
Ele reforçou que os EUA não participaram militarmente da ação, mas foram informados previamente. Pitt também destacou que o Irã já realizou ataques diretos e indiretos contra civis israelenses e alertou que qualquer agressão contra bases e cidadãos americanos terá “consequências severas”.
A reunião refletiu o atual impasse diplomático em torno do conflito. Enquanto Rússia e China defendem a posição iraniana e pedem contenção por parte de Israel, os EUA reiteram seu apoio à segurança israelense e à necessidade de impedir o avanço do programa nuclear do Irã. O Conselho de Segurança segue monitorando a situação, mas até o momento não foi aprovado um consenso entre os membros.