Os governos de algumas províncias da China estão considerando iniciar negociações de troca com a Rússia, em meio a relatos de que tal mecanismo pode ser usado para contornar sanções ocidentais.
Em julho, autoridades de uma província no noroeste da China se reuniram com autoridades da província de Shandong para “aprofundar a compreensão do comércio de troca e experiência empresarial” e explorar “novos tipos de trocas de escambo entre China e Rússia”.
Segundo o South China Morning Post, alguns governos locais na China têm discutido e planejado negociações de troca com a Rússia em meio a relatos da mídia de que os dois países usarão tais acordos para contornar sanções ocidentais.
A Alfândega da China tem um código regulatório para o comércio de troca, mas o desenvolvimento da troca “exigiria novas regulamentações para que fosse eficaz”, ao mesmo tempo em que boa parte dos negócios de troca ainda segue registrada como comércio comum.
O comércio de troca não tem fluxo de caixa, o que pode introduzir uma incompatibilidade entre a quantidade total de bens exportados e os fluxos de caixa para empresas chinesas, colocando empresas em risco regulatório.
Os debates refletem os problemas enfrentados por exportadores e instituições financeiras chinesas quando se trata de comércio com entidades russas, e a troca de mercadorias pode permitir que os dois governos contornem problemas de pagamento, reduzam a visibilidade que os reguladores ocidentais têm sobre suas transações bilaterais e limitem os riscos cambiais.
Tal tema ganhou força por conta da expansão das ameaças de sanções por parte dos Estados Unidos, o que aumentou os riscos para bancos em países terceiros (incluindo a China) quando se trata do trabalho com entidades russas.
Apenas nos primeiros sete meses deste ano, o valor do comércio China-Rússia aumentou 1,6% na comparação com 2023, para US$ 136,67 bilhões, de acordo com dados da Alfândega da China.