por ZHOU JIN
Brasil e China estão dispostos a defender o sistema multilateral, não importa no comércio ou nas mudanças climáticas, pois acreditam que é a maneira mais eficaz de resolver questões internacionais, disse o presidente designado da COP30, André Aranha Corrêa do Lago.
Com as crescentes tendências de protecionismo, Correa do Lago disse em entrevista coletiva na sexta-feira em Pequim que “temos que garantir que a COP30 reforce a ideia de que é por meio do multilateralismo e do diálogo que vamos resolver os problemas entre os países”.
O veterano diplomata climático, que está na China para uma visita de cinco dias a partir de segunda-feira, reuniu-se com funcionários do Ministério da Ecologia e Meio Ambiente, bem como com Liu Zhenmin, enviado especial da China para mudanças climáticas, para discutir os desafios que os países estão enfrentando em relação às mudanças climáticas e as expectativas sobre a COP30.
A cúpula climática global anual da COP30 está programada para ser realizada no Brasil em novembro. De acordo com Correa do Lago, finanças e tecnologia serão temas centrais nas discussões.
Em preparação para a COP30, ele espera levar à maioria dos países a convicção de que o combate às mudanças climáticas pode ser economicamente viável e extremamente positivo.
A China é um exemplo disso, disse ele, explicando que o país se concentrou no desenvolvimento de tecnologias e produtos que ajudam a combater as mudanças climáticas, trazendo resultados econômicos positivos, como veículos elétricos e painéis solares.
A China terá muitos contributos positivos para a COP, uma vez que demonstra que o investimento em áreas relacionadas com o clima pode trazer excelentes resultados para a economia e para a subsistência das pessoas, disse.
Correa do Lago também considerou a China um ator central nas negociações climáticas e disse que o Brasil e a China trabalham em estreita colaboração há muitos anos, inclusive em estruturas bilaterais e multilaterais como o BRICS.
“A China e o Brasil têm visões fortes e semelhantes sobre as negociações. Ambos acreditamos não apenas que temos que fortalecer o multilateralismo, mas também temos que seguir as regras dessas negociações.”
Como presidente da COP, ele disse: “Vamos consultar todos os países para garantir que tenhamos um resultado que fortaleça o regime de mudança climática sob as Nações Unidas”.
Correa do Lago também espera que a conferência traga respostas e soluções para um mundo mais consciente de que a mudança climática, que é uma grande ameaça para as populações e para a economia, está se acelerando.
“Como presidente, vamos nos certificar de que podemos chegar a um consenso sobre algumas questões muito importantes que serão levantadas na conferência”, acrescentou.
