A China está acelerando a implantação de caças avançados de quinta geração, uma estratégia que pode transformar seu poder aéreo frente a adversários como os EUA e a Índia.
Recentemente, a Nikkei relatou que o caça furtivo J-31B da China será implantado no porta-aviões Fujian. O J-31B, revelado pelo Shenyang Aircraft Industry Group, é projetado para uso em porta-aviões, aprimorando as capacidades aéreas e marítimas do Exército de Libertação Popular (PLA).
O relatório destaca que o J-31B, com tecnologia furtiva e capacidade de coordenação com drones, representa uma atualização significativa em relação ao J-15 de quarta geração.
O porta-aviões Fujian, equipado com uma catapulta eletromagnética, permitirá que os jatos carreguem mais combustível e armas, aumentando sua área operacional e capacidades de combate.
A Nikkei menciona que o J-31B é um concorrente do F-35 Lightning II dos EUA e faz parte dos esforços da China para expandir a implantação de caças de quinta geração, incluindo o Chengdu J-20.
Relatórios indicam que a PLA Air Force (PLA-AF) incorporou mais de 70 caças J-20 “Mighty Dragon” em 11 meses, elevando o total para aproximadamente 195 aeronaves. Essa expansão permitiu a substituição de caças de quarta geração, como os Shenyang J-11s e Sukhoi Su-27SK/UKBs em várias brigadas aéreas.
O J-20 possui capacidades aprimoradas, como alerta aéreo antecipado e controle (AEW&C), destacando sua importância crescente dentro da PLA-AF. A implantação estratégica dos J-20s pela China visa fortalecer seus cinco comandos de teatro, com imagens de satélite mostrando J-20s nos Comandos de Teatro Leste, Oeste e Sul.
O Comando de Teatro Leste, em particular, conduz operações aéreas ao redor de Taiwan e projeta poder aéreo sobre o Mar da China Oriental. A presença de J-20s perto da Índia, observada no Aeroporto Shigatse Peace, no Tibete, indica uma mudança na postura militar chinesa.
O J-31B pode substituir o J-15, atual carro-chefe da aviação de porta-aviões da China. Testes de voo do J-15 no porta-aviões Liaoning mostraram limitações significativas em alcance e capacidade de carga útil. A implementação do sistema de lançamento eletromagnético de aeronaves (EMALS) no porta-aviões Fujian permitirá o uso de aeronaves mais novas, como o J-31B.
O South China Morning Post relatou que o J-31B possui compartimentos de armas em ambos os lados, cada um carregando dois mísseis, aumentando significativamente suas capacidades de combate.
Brandon Weichert, em um artigo para o The National Interest, destacou que o J-31B está equipado com radar de varredura eletrônica ativa (AESA), sistema de mira eletro-óptico e sistema de exibição montado no capacete.
A aeronave pode transportar diversos tipos de munições, incluindo mísseis ar-ar (AAM) PL-10 e PL-15, bombas guiadas e mísseis ar-solo (AGM).
Sobre o J-20, um relatório da China Power de 2017 menciona que as opiniões variam quanto ao seu papel, que pode incluir interceptação de longo alcance e ataques aéreos para penetrar nas defesas inimigas e destruir infraestruturas críticas.
O J-20 pode ter como alvo aeronaves de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR) e aviões-tanque com AAMs de longo alcance. Em uma função de ataque, possíveis alvos incluem campos de aviação, centros de comando e outras instalações militares.
A Newsweek informou que a mobilização de caças J-20 em Shigatse e bombardeiros H-6 em Hotan aumenta a ameaça à Índia na região de Sikkim-Arunachal Pradesh. Embora os mísseis terra-ar (SAM) S-400 da Índia e os caças Rafale possam desafiar os J-20, as capacidades furtivas dos J-20 são um fator crítico nos jogos de guerra de ameaça aérea.
Com informações do Asia Times