A China acelerou sua expansão de energia nuclear com a aprovação de cinco novos projetos totalizando mais de 200 bilhões de yuans (US$28 bilhões), à medida que Pequim intensificou os esforços para aumentar os investimentos no setor e alcançar sua meta de crescimento econômico anual.
A aprovação dos projetos nas províncias costeiras de Shandong, Zhejiang, Jiangsu, Guangdong e na região autônoma de Guangxi Zhuang foi concedida durante uma reunião executiva do Conselho de Estado, presidida pelo premiê Li Qiang na segunda-feira.
Os cinco projetos envolvem 11 reatores, representando o maior número de unidades aprovadas desde 2019.
“O aumento do sentimento no setor, juntamente com o crescimento das aprovações de novos projetos de energia nuclear, está preparado para impulsionar o crescimento dos fornecedores de equipamentos e operadores,” disse o analista da Guolian Securities, He Zhaohui, na terça-feira.
As aprovações seguiram um apelo dos principais líderes da China durante o terceiro plenário em julho, para estarem “firmemente comprometidos com o cumprimento das metas de desenvolvimento econômico e social deste ano”.
A China National Nuclear Power recebeu aprovação para três reatores, informou a empresa em comunicado na segunda-feira, enquanto a State Power Investment Corporation disse ter recebido aprovação para duas unidades.
A CGN Power, unidade listada da estatal China General Nuclear Power Corporation, afirmou em um documento na bolsa de valores de Hong Kong na terça-feira que havia recebido aprovações para seis reatores em três locais.
A China vem expandindo continuamente seus investimentos em energia nuclear nos últimos cinco anos, com o valor dos investimentos concluídos aumentando ano a ano desde 2019, quando o investimento foi de 33,5 bilhões de yuans (US$4,7 bilhões), de acordo com dados da Administração Nacional de Energia.
No primeiro semestre do ano, esse investimento ultrapassou 40 bilhões de yuans, representando um crescimento de 13,5% em relação ao ano anterior, segundo a Guolian Securities.
Em 2023, o valor finalizado dos investimentos em usinas nucleares cresceu 20% em relação a 2022, ultrapassando 90 bilhões de yuans, marcando um pico de cinco anos.
A China opera 55 usinas nucleares, classificando-se em terceiro lugar globalmente, e com 36 unidades em construção, possui o maior pipeline de construção de energia nuclear do mundo, de acordo com a agência de notícias estatal Xinhua.
Segundo a Associação Mundial Nuclear, cerca de 60 reatores de energia estão sendo construídos em 16 países, com cerca de 50% na China.
Na segunda-feira, a TerraPower – cuja presidência é ocupada por Bill Gates, cofundador da Microsoft – iniciou a construção de uma usina nuclear no estado americano de Wyoming.
A mais recente aprovação da China seguiu-se à publicação de novas diretrizes de transição verde pelo Conselho de Estado na semana passada, que prometeram acelerar a construção de bases de energia verde, incluindo usinas nucleares em áreas costeiras, fazendas eólicas e solares no noroeste e usinas termelétricas no sudoeste.
A China estabeleceu a meta de atingir o pico de emissões de dióxido de carbono antes de 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060.
O país pretende aumentar a participação do consumo não fóssil para 25% até 2030 e reduzir gradualmente o consumo de carvão nos próximos cinco anos.
As unidades de energia nuclear da China geraram 433,3 bilhões de quilowatt-horas de eletricidade em 2023, contribuindo com cerca de 5% do fornecimento de energia do país e substituindo mais de 123,3 milhões de toneladas de carvão, de acordo com a Associação de Energia Nuclear da China.