Publicação atribuída ao CV feita por perfil falso no Facebook. Foto: reprodução

Um líder do PCC no interior do Ceará criou um perfil falso no Facebook para divulgar ameaças e intimidar agentes de segurança, atribuindo as ações ao CV (Comando Vermelho). O objetivo era prejudicar a facção rival e fortalecer sua influência no tráfico de drogas em Ipu, a 295 km de Fortaleza, conforme informações do colunista Carlos Madeiro, do UOL.

Os detalhes da ação estão na sentença da Vara de Delitos de Organizações Criminosas, que condenou Alexandre da Silva Facundo, conhecido como “Alexandre do Ipu”, a 33 anos e 19 dias de prisão por tráfico de drogas, organização criminosa e associação para o crime.

Segundo a investigação, ele tinha uma “elevada posição hierárquica dentro da organização” e até batizava novos membros, além de cooptar adolescentes para a facção.

A sentença descreve: “O acusado integra e exerce função de comando, trata-se de organização criminosa de alta periculosidade, constituída para prática de crimes graves (roubos, homicídios, tráfico de drogas, associação para o tráfico e porte de armas ilegais) e das mais variadas espécies, além de manter em suas bases milhares de integrantes, abrangendo boa parte dos municípios do Estado do Ceará, sendo notório o uso de violência contra pessoas, com homicídios e torturas, além do uso de grave ameaça exercida com a ostentação de armas de fogo contra comunidades inteiras, além do próprio Estado.”

O Perfil “Colecionador de Almas”

O perfil falso criado por “Alexandre”, intitulado “Colecionador de Almas”, foi utilizado para atribuir ameaças ao CV, desviar a atenção das autoridades e recuperar territórios para o tráfico.

Em uma publicação de 16 de outubro de 2021, após a morte de um integrante do CV em troca de tiros com a polícia, “Alexandre” enviou um “salve”, pedindo “lealdade” aos membros do PCC em Ipu. Ele exigiu que criminosos ligados ao CV depredassem patrimônio público, matassem policiais e guardas municipais, e até incluiu a foto do delegado de Ipu em novas ameaças no dia 28 de outubro.

Print das mensagens intimidadoras atribuídas ao CV
Print das publicações intimidadoras feitas por “Alexandre” atribuídas ao CV. Foto: reprodução

Prisão de “Alexandre”

A polícia desconfiou da autenticidade das ameaças e, dois dias após as publicações, lançou a operação “Fake Threat”, que resultou na prisão de 11 suspeitos. “Alexandre” foi capturado em Fortaleza, de onde liderava as atividades do grupo.

Perícias revelaram que o perfil foi criado em um computador registrado no nome da companheira de “Alexandre”, confirmando a fraude e concluindo a investigação. O líder do PCC segue cumprindo pena.

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Last Update: 21/12/2024