São Paulo – O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, foi assassinado na madrugada desta quarta-feira (31), num ataque aéreo em Teerã, capital do Irã, atribuído a Israel. O sepultamento de Ismail Haniyeh ocorrerá na próxima sexta (2) em Doha, capital do Catar, após um funeral público, na quinta (1º), em Teerã. O braço armado do movimento palestino afirmou que a morte “terá consequências enormes para toda a região”.

Na mesma linha, o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, atribuiu o ataque a Israel e disse que o governo de Benjamin Netanyahu “faz por merecer uma dura punição”, em entrevista a uma mídia estatal. No dia anterior, Israel bombardeou Beirute, capital do Líbano.

O Catar, que é separado do Irã por um braço de mar e que abriga líderes do Hamas, também condenou o caso ao classificá-lo como “crime atroz” e “uma violação flagrante do direito internacional e do direito humanitário”. O país falou sobre a possibilidade de uma “escalada perigosa” na região, no comunicado feito pelo Ministério das Relações Exteriores.

Quem era o líder do Hamas

O primeiro-ministro catari, Mohammed bin Abdelrahman al Thani, escreveu em seu perfil no X – antigo Twitter – sobre a continuidade da atuação do país como mediador do conflito entre Israel e o Hamas após o ataque. “Os assassinatos políticos e o fato de que os civis continuam no alvo em Gaza (…) nos levam a perguntar como uma mediação pode ter sucesso quando um lado assassina o negociador do outro lado”. “A paz exige interlocutores sérios”.

Ismail Haniyeh ficou conhecido internacionalmente quando se tornou o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, em 2006. Em 2017, assumiu a liderança do Hamas, como sucessor de Khaled Mechaal, exilado no Catar.

Considerado um pragmático dentro do Hamas que se destacava pela calma, Haniyeh vivia em um exílio voluntário entre o Catar e a Turquia, mas viajou a Teerã para acompanhar a cerimônia de posse do novo presidente do Irã, Masud Pezeshkian, que ocorreu nesta terça-feira (30).

‘Assassinato traiçoeiro’

Os líderes da China, Rússia e Turquia também condenaram a ação atribuída a Israel. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, afirmou que “se opõe firmemente e condena o assassinato” do líder do Hamas. “Gaza deve alcançar um cessar-fogo abrangente e permanente o mais rápido possível para evitar uma maior escalada de conflitos e confrontos”, destacou.

“Um assassinato político absolutamente inaceitável”, classificou o vice-ministro das Relações Exteriores, Mikhail Bogdanov. A pasta também emitiu um alerta sobre a possibilidade de “consequências perigosas para toda a região”. E pediu para que os atores estatais “exerçam contenção”. O ataque a Haniyeh foi fortemente condenado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan. “Assassinato traiçoeiro” e “ato desprezível”, definiu o líder da Turquia.

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(*) Com reportagem do Brasil de Fato

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Última Atualização: 31/07/2024