
O chanceler ucraniano Andrii Sybiha afirmou que o Brasil pode desempenhar um papel decisivo nos esforços de paz entre Kiev e Moscou. Em entrevista concedida em Kiev a veículos de língua portuguesa, ele destacou o envolvimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em contatos anteriores com Vladimir Putin e pediu que o Brasil continue atuando como mediador. Com informações da Veja.
O ministro ressaltou que o histórico de interlocução brasileiro, somado à posição de destaque do país em fóruns internacionais, pode contribuir para abrir novos canais de diálogo. Segundo ele, o apoio de países que mantêm relações diplomáticas ativas tanto com a Rússia quanto com o Ocidente é fundamental para tentar reduzir a escalada do conflito.
Sybiha alertou, no entanto, que o Brasil precisa ter uma posição firme dentro dos Brics, para evitar que a Rússia utilize o bloco como forma de justificar a guerra. Ele afirmou que uma postura clara pode impedir que a narrativa russa ganhe força no cenário internacional. Para o chanceler, a pressão de parceiros estratégicos é uma ferramenta importante para limitar ataques a civis e infraestrutura crítica, classificados por Kiev como crimes de guerra.
O ataque mais recente, ocorrido em 7 de setembro, destruiu parte do gabinete de ministros após o impacto de um míssil Iskander. Na mesma data, a Rússia lançou mais de 800 drones e outros mísseis contra diferentes regiões da Ucrânia, em um dos dias de maior intensidade militar desde o início da guerra. A ofensiva teve repercussão imediata entre aliados de Kiev.
Pouco depois, a Polônia anunciou ter abatido drones russos que violaram seu espaço aéreo, o que representou a primeira reação direta de um país da Otan a uma operação militar russa desde 2022. O episódio foi acompanhado com atenção por outras nações da aliança, que monitoram a possibilidade de novos incidentes em áreas de fronteira.
Apesar da intensificação dos combates, Sybiha declarou que Kiev está disposta a aceitar um cessar-fogo imediato, desde que não comprometa a integridade territorial da Ucrânia. Ele mencionou encontros recentes promovidos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como oportunidade de avançar nas negociações, mas destacou que ainda não há sinais concretos de que a Rússia esteja interessada em discutir o assunto de forma séria.
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