O chanceler alemão Friedrich Merz afirmou neste sábado (16) que a União Europeia e o Reino Unido não devem superestimar sua influência na resolução do conflito entre Rússia e Ucrânia, já que os Estados Unidos seguirão desempenhando o papel central nas negociações de paz.
A declaração foi feita em entrevista à emissora ZDF, um dia após o encontro em Anchorage, no Alasca, entre o presidente russo Vladimir Putin e o presidente dos EUA, Donald Trump — a primeira reunião presencial entre ambos desde 2018. O tema principal foi a busca de alternativas para encerrar a guerra iniciada em fevereiro de 2022.
Segundo Merz, Trump já telefonou para o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e para líderes europeus, incluindo o próprio chanceler, para compartilhar detalhes das conversas com Putin. Ele destacou que as discussões terão sequência na segunda-feira (18), quando Zelensky deve se reunir em Washington com o presidente americano.
“Os europeus terão participação, mas não podemos nos superestimar. A unidade da Europa é relevante, porém o papel decisivo continuará a ser dos EUA”, disse Merz, acrescentando que Trump tem os instrumentos — tanto militares quanto por meio de sanções — para pressionar Moscou.
O chanceler considerou positivo o fato de que “não houve negociações territoriais entre Putin e Trump às custas da Ucrânia ou da Europa” durante a cúpula no Alasca.
Em entrevista à Fox News, Trump declarou que Zelensky deveria “fechar o acordo” e que Putin “quer vê-lo concluído”, ao mesmo tempo em que pediu maior engajamento dos europeus.
Já Putin reiterou que a paz duradoura só será possível se forem enfrentadas as causas da guerra, citando como condições a desistência da Ucrânia em aderir à OTAN, a desmilitarização e o reconhecimento das fronteiras atuais.
