A 28ª edição da Global CEO Survey, realizada pela PwC, ouviu mais de 4.700 CEOs em mais de 100 países, incluindo o Brasil. O estudo mostra que, embora os executivos já colham resultados positivos com a adoção de inteligência artificial generativa (IA) e investimentos em sustentabilidade, a reinvenção dos negócios ainda avança em ritmo lento.

No Brasil, 45% dos CEOs acreditam que suas empresas não serão viáveis na próxima década se mantiverem o rumo atual. Apesar disso, apenas 8% da receita das empresas brasileiras nos últimos cinco anos veio de novos negócios, um percentual próximo à média global de 7%.

IA generativa já impulsiona receita e eficiência

Um terço dos CEOs no Brasil e no mundo afirmam que a IA generativa contribuiu para o aumento de receita e lucratividade em 2024. No Brasil, 51% dos líderes expressam confiança na integração da tecnologia aos processos essenciais das empresas, ante 33% globalmente.

Além disso, mais da metade dos CEOs no Brasil (52%) e no mundo (56%) relatam ganhos de eficiência no uso do tempo dos funcionários graças à IA. Apesar de os resultados ainda estarem abaixo das expectativas iniciais, o otimismo persiste: 61% dos CEOs brasileiros esperam que a tecnologia impulsione a lucratividade nos próximos 12 meses.

Investimentos climáticos geram receita e reduzem custos

Cerca de 30% dos CEOs no Brasil e no mundo afirmam que investimentos de baixo impacto climático resultaram em aumento de receita no último ano. Além disso, dois terços dos executivos destacam que esses investimentos reduziram custos ou tiveram impacto irrelevante nas despesas.

No Brasil, 59% dos CEOs têm parte de sua remuneração variável atrelada a métricas de sustentabilidade, um fator que, segundo a pesquisa, está associado a maiores ganhos de receita com investimentos climáticos.

Reinvenção dos negócios: urgência versus lentidão

Apesar dos avanços, a reinvenção dos negócios ainda é um desafio. No Brasil, 45% dos CEOs acreditam que suas empresas não sobreviverão na próxima década sem transformações significativas. No entanto, apenas 8% da receita das empresas brasileiras nos últimos cinco anos veio de novos negócios.

Entre as ações de reinvenção mais comuns, 51% dos CEOs brasileiros buscaram novas bases de clientes, 47% desenvolveram produtos ou serviços inovadores e 34% investiram em novas estratégias de mercado.

Marco Castro, sócio-presidente da PwC Brasil, ressalta: “A reinvenção é urgente. Empresas que não se adaptarem correm o risco de desaparecer, como aconteceu com 52% das empresas da Fortune 500 desde 2003.”

Preocupações e oportunidades no Brasil

A falta de mão de obra qualificada surge como a principal ameaça para os negócios no Brasil, citada por 30% dos CEOs. Outras preocupações incluem instabilidade macroeconômica (27%), riscos cibernéticos (26%) e inflação (24%).

Apesar dos desafios, os CEOs brasileiros demonstram otimismo: 73% acreditam no crescimento da economia local, e 68% esperam aceleração na economia global nos próximos 12 meses.

Brasil no cenário global

O Brasil subiu uma posição no ranking de mercados estratégicos para CEOs globais, passando do 14º para o 13º lugar. No entanto, continua fora do top 10, liderado por Estados Unidos (30%), Reino Unido (14%) e Alemanha (12%).

Para os CEOs brasileiros, os EUA seguem como principal mercado estratégico, com 36% das menções, enquanto a China perdeu relevância, caindo de 24% em 2024 para 10% em 2025. Na América Latina, México e Argentina ganharam destaque, com 20% das menções cada.

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Last Update: 24/01/2025