Em meio a acusações de fraude por parte da oposição e o alerta de parte da comunidade internacional, um dos principais observadores da eleição na Venezuela, o Centro Carter, chama as autoridades eleitorais venezuelanas a divulgar imediatamente os resultados detalhados do pleito.

A missão técnica do Centro Carter acompanhou a eleição a convite do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, o CNE. Antes da eleição, a entidade esclareceu que não teria condições de fazer uma avaliação abrangente dos processos de votação, contagem e tabulação, e se dedicaria a acompanhar o funcionamento da estrutura legal nacional, bem como nas obrigações e padrões regionais e internacionais de direitos humanos.

Segundo o Centro Carter, a divulgação dos resultados detalhados é essencial para garantir a confiança dos venezuelanos na integridade do processo eleitoral. A organização destacou que os dados das seções eleitorais, conforme transmitidos à CNE, são fundamentais para uma avaliação precisa e justa da eleição. Criado pelo ex-presidente americano Jimmy Carter, a entidade acompanha e media processos eleitorais ao redor do mundo.

Na madrugada desta segunda-feira, o presidente Nicolás Maduro foi declarado vencedor, contabilizando 51,2% dos votos. Mas a oposição alega fraude e reivindica a vitória de Edmundo González, que teve 44,2% na contagem do CNE. A comunidade internacional está dividida: países como a Rússia reconhecem a reeleição de Maduro, enquanto os Estados Unidos e vizinhos como o Chile, o Uruguai e a Argentina expressaram descrença quanto à legitimidade do resultado.

A oposição denuncia que autoridades de alguns locais de votação se recusaram a divulgar cópias impressas que verificavam a contagem eletrônica de votos. Também houve relatos de intimidação de eleitores e outras irregularidades.

Em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira, o procurador-geral Tarek William Saab prometeu apresentar todas as atas eleitorais, mas não especificou uma data. “Os resultados tabela a tabela estarão em breve disponíveis no seu site, como tem sido feito historicamente”, declarou. O chavismo atribui a demora a um suposto “ataque massivo” ao sistema de votação, o que teria atrasado a divulgação de dados detalhados da apuração.

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Última Atualização: 29/07/2024