Representantes das Centrais Sindicais estiveram com o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, na quarta-feira (4), em São Paulo (SP). O encontro serviu para uma aproximação como forma de aparar arestas e fortalecer a Previdência Pública, tão atacada pela extrema direita.
Na reunião, o presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Adilson Araújo, mostrou entusiasmo com o encontro ao indicar que Queiroz fez questão de relatar sua trajetória de luta em defesa da classe trabalhadora, além de se mostrar aberto ao diálogo sobre a questão do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS).
O governo federal afastou os conselheiros das entidades investigadas na fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A medida foi realizada sem consulta prévia às centrais gerou insatisfação pelo afastamento de representantes da classe trabalhadora e culminou em uma nota pública.
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O ministro solicitou no encontro que as Centrais indicassem os substitutos para os membros afastados e destacou que todos os investigados contam com a presunção de inocência: “Nós não fizemos nenhum juízo de valor, e consideramos a presunção de inocência, mas pedimos que as entidades com Acordos de Cooperação Técnica suspensos fossem afastadas até que se encerrem as investigações pela Controladoria-Geral da União (CGU)”, disse Queiroz, que recebeu dos sindicalistas a pauta prioritária das centrais.
Rolando Medeiros, diretor do Sindsprev e representante da CTB no CNPS, esteve no encontro e destacou que os criminosos que se apossaram de valores dos aposentados e pensionistas devem ser punidos severamente. Por outro lado, lembra que é preciso evidenciar que a maioria das entidades com acordo com o INSS são sérias e devem ser valorizadas.
“São 45 entidades que firmaram cooperação técnica com o INSS e apenas 14 estão sendo investigadas, pois existem muitas entidades sérias, que prestam relevantes serviços aos aposentados e pensionistas”, destaca.
Nessa linha, Araújo defende o trabalho da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), injustamente atacada pela extrema direita.
“A Contag é uma entidade seríssima. Tem uma longa e exemplar história de transparência, dignidade e luta em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras rurais e, portanto, não pode ser confundida com as entidades picaretas que foram criadas em 2019, durante o governo neofascista de Jair Bolsonaro, para roubar aposentados e pensionistas”, afirma o presidente da CTB.
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Adilson ainda lembra que é preciso fortalecer o INSS neste momento em que bolsonaristas visam atacá-lo. Para tal, ressalta a necessidade de novas contratações para o órgão, uma vez que foi extremamente enfraquecido nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro: “O INSS já contou com 36 mil servidores, hoje tem apenas 19 mil, enquanto os serviços aumentaram junto com o número de beneficiários, aposentados e pensionistas, que já somam 41 milhões de pessoas”, observa.

O líder sindical também enfatiza a necessidade de combater os ataques à Previdência, pois os bolsonaristas, como o ex-ministro Paulo Guedes, tentam criar uma narrativa em prol da privatização da gestão de aposentadorias e pensões, como aconteceu no Chile, onde mais da metade dos contribuintes recebem menos do que meio salário mínimo.
“Precisamos unir as forças progressistas contra esta tentativa de desmoralização, desmonte e privatização da Previdência”, ressalta Araújo.
Também estiveram no encontro o coordenador do Fórum das Centrais Sindicais, Clemente Ganz; as lideranças sindicais Sérgio Nobre (CUT), Miguel Torres (Força Sindical), Ricardo Patah (UGT) e Nilza Pereira de Almeida (Intersindical); o secretário-geral da CSB, Álvaro Egea; a secretária-geral da Pública Central dos Servidor, Maricler Real; e o diretor da NCST, Artur Bueno de Camargo Junior.
*Informações CTB