Na tarde desta quinta-feira, (20), uma reunião decisiva ocorreu na Secretaria do Trabalho do Rio Grande do Sul, reunindo o Fórum das Centrais Sindicais, a CTB RS, representantes do governo estadual, por meio do secretário do Trabalho, Gilmar Sossela, e empresários. O encontro teve como objetivo discutir o reajuste do salário mínimo regional para 2025 e apresentar a pauta de reivindicações das entidades sindicais.
As centrais defendem um reajuste de 17,3% para que o piso regional retome a relação de 1,28 salários mínimos nacional, o que beneficiaria mais de 1,5 milhão de trabalhadores gaúchos. A proposta também inclui a criação de novas faixas salariais para categorias atualmente não contempladas, a reclassificação de grupos que apresentam defasagem e a inclusão do piso regional na Constituição do Estado, garantindo critérios de reajuste baseados no crescimento econômico e na inflação. Além disso, foi proposta a incorporação do piso regional como vencimento mínimo dos servidores públicos estaduais.
O presidente da CTB RS, Guiomar Vidor, ressaltou a importância da valorização do piso regional para a economia gaúcha e o papel do reajuste na distribuição de renda. “Solicitamos um reajuste de 17,3%, o que garantiria que o salário mínimo regional retomasse seu valor histórico de 1,28 salários mínimos do país. Isso beneficiará diretamente mais de um milhão e meio de trabalhadores e trabalhadoras gaúchas, justamente aqueles que mais precisam”, afirmou Vidor.
Os representantes das centrais sindicais também destacaram que, apesar da resistência de setores empresariais, a valorização do piso regional é um instrumento essencial para a democratização da renda e o desenvolvimento econômico do estado. Dados do Novo CAGED revelam que, em 2024, houve 1,539 milhão de admissões no Rio Grande do Sul, demonstrando a relevância da discussão.
Outro ponto levantado na reunião foi a diferença de reajuste acumulado do piso regional em comparação com outros estados da Região Sul. Enquanto Santa Catarina e Paraná ajustaram seus pisos em 49,4% e 51,8%, respectivamente, entre 2019 e 2025, o Rio Grande do Sul ficou em 33,9%.
Em 2025, Santa Catarina definiu um reajuste de 7,3% e o Paraná, que possui o maior piso regional do país, estabeleceu um aumento de 6,84% para o Grupo 1. “A defasagem acumulada do piso regional gaúcho reforça a necessidade de um reajuste significativo para evitar perdas salariais”, completou Vidor.
A luta pela valorização do piso regional é, segundo as centrais sindicais, uma maneira de manter a trajetória de recuperação da economia do estado, promovendo melhores condições de vida para os trabalhadores. “O crescimento econômico registrado tanto no Brasil quanto no Rio Grande do Sul, superior à média nacional, e o pleno emprego criam as condições necessárias para que a classe patronal atenda às nossas reivindicações”, concluiu Vidor.
A negociação do reajuste do salário mínimo regional seguirá em debate entre as centrais sindicais, governo e empresários, com a expectativa de avanço na construção de um acordo que beneficie os trabalhadores e contribua para o desenvolvimento econômico do estado.
Informações: CTB-RS.