da Central Única dos Trabalhadores – CUT

CUT e demais centrais convocam população a se manifestar contra os juros altos

por Rosely Rocha

Nesta terça feira (18), a partir das 10h, representantes da CUT e das centrais (CSB, CTB, Força Sindical, UGT e NTST) farão atos pelas ruas do país, pedindo a redução da taxa Selic – os juros oficiais do país definidos pelo Banco Central (BC).

Os atos do “Dia Nacional de Mobilização Menos Juros, Mais Empregos”, serão realizados em frente às sedes do BC nas cidades em que a instituição financeira está instalada. O principal ato será em São Paulo, na Avenida Paulista nº 1804. Nas demais cidades, as manifestações serão em locais de maior movimento.

O presidente da CUT Sergio Nobre ressalta a importância da participação, não somente da classe trabalhadora, mas da população em geral nos atos, porque os juros altos tiram recursos financeiros da produção e vão para a especulação.

Nenhuma empresa, de nenhum porte, de grande a pequena, consegue um ganho real de 10%, como ganha quem investe em papéis que remuneram de acordo com a taxa Selic. Isso faz com que o dinheiro não vá para investimentos e para a construção de novas fábricas e empresas que gerem empregos e façam a economia crescer, o dinheiro circular e chegar às mãos do trabalhador- Sergio Nobre

A vice-presidenta da CUT e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Juvandia Moreira, ressalta que o mercado financeiro faz muita pressão para manter os juros altos sobre o Banco Central, além de ter  aliados na imprensa, que divulga esses interesses.

“É importante que o povo brasileiro se mobilize para cobrar a redução dos juros e, que a sociedade exija essa redução no dia 18”,diz.

É dia da gente se manifestar, ir aos atos, participar nas redes sociais, cobrar a redução dos juros, fazer um grande  envolvimento pelo Brasil, pelo povo brasileiro e, é por isso que a CUT está nessa luta, sempre teve, e chama os sindicatos para participarem – Juvandia Moreira

Quem não puder ir pessoalmente aos atos programados, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, reforça o pedido para que façam algum tipo de manifestação.

“É importante que todas as pessoas se manifestem na terça-feira contra os juros altos, de alguma forma. Se não puder ser presencialmente, que seja em suas redes sociais”, diz. 

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Juros podem subir ainda mais

Além da redução da taxa Selic que hoje está em 13,25%, uma das mais altas do mundo, os atos convocados são um protesto à possibilidade de os juros subirem ainda mais, chegando a 15% até o final do ano

A data para os atos foi escolhida por ser à véspera da decisão Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que deve definir a nova taxa de juros em os 19 de março. A expectativa do mercado financeiro é que os juros aumentem 1,0%, subindo para 14,25%. Um novo aumento de 1,0% viria no mês de maio. O Copom se reúne a cada 45 dias.

Desde que o Banco Central se tornou independente, em fevereiro de 2021, com Jair Bolsonaro (PL), que a taxa de juros do país passou a ser utilizada como forma de pressionar o governo federal a manter suas contas dentro do arcabouço fiscal, impedindo investimentos e o crescimento de benefícios sociais.

Juros e a dívida pública

Se por um lado o BC diz que os juros seguram a inflação, impedindo o consumo da população, por outro lado, o governo federal se endivida mais. O último reajuste da Selic de 1,0%, fez aumentar a dívida pública em torno de R$ 50 bilhões. Em janeiro deste ano, em nota, a CUT já havia repudiado o aumento dos juros no Brasil.

Leia mais: Novo aumento dos juros vai inflar a dívida bruta em R$ 50 bi e causar desemprego

Embora o mercado financeiro apoie o aumento dos juros, que segundo eles, impede o crescimento da inflação, alguns economistas são críticos a essa ideia.

Além da redução dos juros os atos são em apoio à isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.

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Last Update: 15/03/2025