Centrais sindicais se reúnem nesta terça-feira (29), em Brasília, para uma mobilização em prol de diversas pautas voltadas para os trabalhadores e trabalhadoras de todo o país. A Marcha a Brasília faz parte do calendário do 1º de Maio e da Jornada de Lutas da Classe Trabalhadora. Ao final do evento, as lideranças do movimento sindical terão um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

De acordo com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre os diversos temas que estarão na pauta dos trabalhadores e das trabalhadoras, quatro se destacam: a redução da jornada de trabalho sem redução salarial; o fim da escala 6 x 1; a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação dos super-ricos.

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As reivindicações fazem parte da agenda do governo Lula, que já enviou ao Congresso Nacional propostas para isentar do imposto de renda quem ganha até R$ 5 mil. Além disso, tramita no parlamento uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do senador Paulo Paim (PT-RS) que prevê a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais, acabando com escala 6X1, que todos os meses leva trabalhadores ao esgotamento em diversos setores da economia, além de prejudicar a qualificação da população e o contato com as famílias para momentos de lazer e diversão. 

Hoje a carga horária autorizada no país é de 44 semanais. A proposta de redução da jornada vale para todos os trabalhadores e preserva conquistas de categorias que já tem carga horária reduzida, como operadores de telemarketing, que por lei, trabalham seis horas por dia, em razão da necessidade de preservar a saúde. 

A CUT ressaltou que a redução de jornada sem redução salarial além de trazer benefícios à saúde do trabalhador dando tempo para que ele invista na atenção à sua família, no lazer ou em seus estudos, traz benefícios à economia do país como um todo, gerando mais empregos e renda. 

Já em 2009 um estudo do Dieese apontava que a redução da jornada pode abrir vagas de emprego para cerca de 3 milhões de trabalhadores.

Impacto na população mais pobre

A maior parte dos trabalhadores obrigados a trabalhar na escala 6X1 atualmente é formada pelo que menos ganham. Uma pesquisa do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro (SECRJ) em parceria com o Observatório do Estado Social Brasileiro, divulgada na última quinta-feira (24) pela coluna do jornalista Ancelmo Gois, no jornal O Globo, revela como se dá o impacto da jornada 6×1 na vida dos trabalhadores brasileiros.

Dos 3.700 participantes ouvidos em 400 municípios de todos os estados brasileiros, 67,57% recebem até um salário mínimo e meio. Desse total, 21,56% ganham até R$ 1.412,00 (salário mínimo vigente) e 46,01% entre R$ 1.412,00 e R$ 2.120,00.

A maioria dos entrevistados é composta por mulheres (54,57%), jovens entre 26 e 35 anos (33,19%) e profissionais solteiros (61,03%).

A marcha

A concentração será às 8h, no estacionamento do Teatro Nacional/Praça da Cidadania. Às 9h, será realizada uma Plenária. Neste mesmo horário haverá uma coletiva dos presidentes das centrais sindicais da CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, Publica e Intersindical Central falam com a imprensa, antes do início da Marcha da Classe Trabalhadora.

Às 10h30, a saída da Marcha será rumo ao Congresso Nacional, onde a Pauta será entregue à Câmara dos Deputados e ao Senado e em seguida, os presidentes das centrais serão recebidos pelo presidente Lula.

Da Redação

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Last Update: 28/04/2025