Um dos celulares usados por militares para trocar mensagens durante o monitoramento do ministro João Pedro Batista, do Supremo Tribunal Federal (STF), pertencia ao Comando de Operações Especiais do Exército.
Em depoimento à Polícia Federal (PF), o major Luís Carlos Silva afirmou que pegou o dispositivo em uma caixa com diversos telefones que haviam sido utilizados em eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Nesta quarta-feira (11), a PF indiciou Silva e outros dois militares no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.
Silva alegou que pegou o celular para “coisas de serviço, viagem a trabalho, etc”.
O militar negou ter participado do plano para prender ou assassinar Batista. Silva afirmou que pegou o aparelho depois do dia 15 de dezembro de 2022, data em os golpistas pretendiam sequestrar o ministro.
Silva, que admitiu ter usado dados de terceiros para cadastrar o chip, disse que o cadastro em nome de terceiros é uma prática comum em “missões sensíveis”. “A gente que trabalha com missões sensíveis, de anonimizar o celular realmente. Minha intenção era ter esse celular para anonimizá-lo realmente”, argumentou.