A Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), após mais de uma década, está cobrando dos funcionários do banco valores que deveriam ter sido descontados sobre as verbas salariais à época, e que não foram, em relação àqueles trabalhadores que receberam valores referente a ações trabalhistas e de acordos realizados em CCV (Comissão de Conciliação Voluntária) ou CCP (Comissão de Conciliação Prévia) entre 2010 a 2023, valores esse que, em alguns caso, pode chegar a mais de 200 mil reais.
A Contraf/CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) enviou um ofício para a Cassi exigindo a imediata suspensão da cobrança, que na época o banco não recolheu sua parte e não descontou dos funcionários os valores que deveriam ser repassados à Cassi, mesmo com alertas feitos pelo movimento sindical e que o recolhimento deveria ser feito.
A Contraf solicita a suspensão imediata da cobrança e que seja agendada uma reunião entre as entidades de luta dos trabalhadores e a direção da Cassi para negociar a forma de pagamento, caso seja necessária a cobrança.
Até o fechamento desta edição, a Cassi havia convocado uma reunião para debater o assunto.
O que deve chamar a atenção na determinação da direção da Cassi é o porquê o banco não recolheu, na época devida, os valores referente à contribuição da Cassi se as demais verbas oficiais, como INSS, IR, foram devidamente recolhidas.
Agora, joga no colo dos trabalhadores uma fatura que deveria ter sido cobrada quando do recebimento pelos funcionários dos valores de ações trabalhistas, CCV e CCP!
Além disso, a Cassi já encaminhou para os mais de 39 mil bancários, que se encontram nessa situação, os boletos de cobrança sem qualquer tipo de explicação de como foi feita essa análise dos valores devidos e, pior, valores estes corrigidos monetariamente e, no caso de parcelamento, cobrança de juros, sendo que os funcionários do banco não tiveram nenhuma responsabilidade pela não cobrança, por parte do banco, na época do fechamento dos acordos e das ações trabalhistas que, sempre é bom ressaltar, são casos de mais de uma década atrás.
A direção do Banco do Brasil joga mais uma bucha para uma parcela significativa dos seus funcionários justamente quando os planos de saúde dos trabalhadores das estatais estão passando por diversos ataques direitistas, e as justificativas para esses ataques sempre são as mesmas: que o Plano de Saúde está com dificuldades financeiras.
Se realmente existe essa “dificuldade financeira”, qual a dificuldade de um banco que, somente nos últimos nove meses, teve um faturamento líquido de R$28,32 bilhões; em dar um aporte para a Cassi que, segundo dados da própria instituição, terá um déficit de 700 milhões neste ano, sendo que o banco é o seu patrocinador e, logicamente, deveria estar preocupado com a saúde dos seus funcionários.
Com a palavra, a direção do Banco do Brasil.