
O número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no Brasil alcançou o maior patamar dos últimos dois anos, de acordo com o mais recente boletim divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O aumento expressivo preocupa especialistas e autoridades de saúde.
Segundo o levantamento, os registros de SRAG vêm subindo de forma contínua nas últimas semanas. Os dados apontam que a maior incidência é observada entre crianças de até 9 anos e idosos com mais de 60 anos, dois dos grupos mais vulneráveis a complicações respiratórias.
A Fiocruz destaca que os principais vírus responsáveis pelos quadros graves são o vírus sincicial respiratório (VSR), o Influenza A e o vírus da Covid-19. A circulação simultânea desses vírus contribui para a elevação dos casos e aumenta a pressão sobre o sistema de saúde.
Os estados das regiões Sul e Sudeste concentram o maior número de hospitalizações por síndrome respiratória. Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro estão entre os mais afetados neste momento.
Especialistas da Fiocruz alertam para a importância da vacinação contra a gripe e a Covid-19, como forma de reduzir o risco de casos graves. “A vacinação é fundamental para proteger a população mais vulnerável e diminuir a sobrecarga nos hospitais”, afirmou a pesquisadora Marilda Siqueira.
Além da vacinação, a Fiocruz recomenda que a população adote medidas preventivas, como lavar as mãos com frequência, evitar aglomerações em locais fechados e utilizar máscaras em ambientes com maior risco de transmissão.
A alta de casos já impacta unidades de saúde em diversas cidades. Hospitais públicos e privados têm registrado aumento na demanda por leitos de terapia intensiva e atendimentos em pronto-socorro relacionados a doenças respiratórias.
Em nota, o Ministério da Saúde reforçou que está monitorando a situação em tempo real e que vem atuando em conjunto com secretarias estaduais e municipais para garantir a assistência adequada à população.
A pasta também informou que campanhas de conscientização estão sendo intensificadas para estimular a vacinação, especialmente entre crianças, idosos e pessoas com comorbidades.
O cenário epidemiológico da síndrome respiratória continuará sendo acompanhado de perto pelas autoridades de saúde. A Fiocruz ressalta que o momento exige atenção redobrada e colaboração de todos para conter a propagação das infecções respiratórias no país.