Casos de feminicídio crescem no estado de São Paulo; capital puxa alta

O estado de São Paulo registrou um aumento de 10,1% nos casos de feminicídio consumados entre janeiro e outubro deste ano em comparação com o mesmo período de 2024, segundo dados do Instituto Sou da Paz.

Foram 207 casos registrados em 2025, ante 188 no ano anterior. O aumento ocorreu principalmente na capital paulista, com um crescimento de 23,3% nos assassinatos de mulheres motivados por ódio misógino.

Segundo o levantamento, a capital foi palco de um em cada quatro feminicídios consumados no estado.

Locais das ocorrências

Os dados também mostram que a residência permanece como o local em que os feminicídios mais acontecem (seis em cada dez).

Também chama a atenção o aumento dos casos em vias públicas, que atualmente representam cerca de um terço de todos os tipos deste crime no estado.

Meios utilizados

As armas brancas e os objetos contundentes são os principais instrumentos usados nos feminicídios cometidos no estado, representando 56% do total. O enforcamento aparece em segundo lugar (17,4%), seguido da arma de fogo (16,9%).

Raça/cor e faixa etária das vítimas

Ainda de acordo com o levantamento, as mulheres brancas são maioria entre as vítimas (51%), seguidas pelas mulheres negras (45%). No quesito faixa etária, a maioria das vítimas de feminicídio nos primeiros dez meses de 2025 no estado (cerca de 73%) tinha entre 20 e 49 anos.

Lacuna nas forças de segurança

Para o coordenador de projetos do Instituto Sou da Paz, Rafael Rocha, o crescimento de feminicídios consumados no estado indica uma brecha na atuação das forças de segurança.

“A violência contra mulher, sobretudo os feminicídios e as lesões corporais, tem crescido em todo o estado, especialmente na capital. No entanto, as principais políticas adotadas, tanto na gestão estadual como municipal, priorizam os crimes patrimoniais, como os roubos”, afirmou. “Não nos parece haver uma política séria e estruturada para o combate à violência contra a mulher nem no estado de São Paulo e nem em sua capital.”

Entre as medidas possíveis (e esperadas), ele citou a ampliação das unidades físicas das Delegacias de Defesa das Mulheres e a integração entre as secretarias municipais de saúde e assistência social para prevenir ciclos de violência.

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