Caso Vitória Regina De Sousa: 7 pessoas são investigadas por morte da adolescente

Caso Vitória Regina De Sousa
Caso Vitória Regina De Sousa

A Justiça de São Paulo, a pedido da Polícia Civil, decretou a prisão temporária de um ex-namorado da jovem Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, que foi encontrada morta na tarde desta quarta-feira (5).

Vitória estava desaparecida há uma semana e seu corpo foi encontrado já em estado avançado de decomposição, em um sítio na cidade de Cajamar, na Grande São Paulo.

A família de Vitória relatou que o pai, que costumava buscá-la no trabalho, não pôde fazer isso no dia do desaparecimento devido a problemas com o carro, que estava na oficina. A mãe, idosa, também não tinha condições de buscá-la.

ÚLTIMO CONTATO

Momentos antes de desaparecer, Vitória enviou áudios para uma amiga chorando e contando que foi seguida e assediada por homens que estavam em um carro. Confira a transcrição dos áudios:

“Passaram uns caras num carro e falaram: ‘E aí, vida? Tá voltando?’. Ai, meu Deus do céu, vou chorar. Vou mexendo no celular. Não vou nem ligar pra eles. […] Ah, deu tudo certo. Eles entraram pra dentro da favela. Uh… saiu até lágrima dos meus olhos agora. Nossa, até me arrepiei. A hora que eles passaram lá do outro lado e falaram, ‘aê, vida’… aí eles voltaram, pra quê… falei: pronto, esses meninos vão voltar aqui. Mas aí eles entraram ali na favela […] Acontece essas coisas e eu não consigo correr. Eu paraliso. Eu não sei o que eu faço. Eu não consigo correr. Eu fico parada”.

Em outras mensagens, a garota disse temer por sua segurança devido a dois jovens que estavam com ela no ponto de ônibus. “Tem uns dois meninos aqui do meu lado. Tô com medo. Um ficou e o outro pegou o mesmo ônibus”.

CÂMERAS DE SEGURANÇA

Uma câmera de segurança registrou a adolescente caminhando até o ponto de ônibus e embarcando no coletivo. Os vídeos estão sob análise da polícia. Segundo testemunhas, havia outro veículo no ponto onde Vitória desceu do ônibus a caminho de casa.

Sete pessoas são investigadas por envolvimento com a morte da adolescente. Elas são o ex-namorado da vítima, o atual ficante, dois suspeitos que interagiram com ela em um ônibus e dois que mexeram com ela quando passavam de carro enquanto ela esperava o coletivo. O dono do veículo também é alvo da apuração da polícia.

Ex-namorado da vítima, Gustavo Vinícius Santos dirigiu-se à Delegacia de Cajamar na tarde desta quinta-feira (6/3). Segundo o delegado responsável pelo caso, Aldo Galiano Junior, o rapaz se apresentou espontaneamente porque “está se sentindo coagido e correndo risco”. Ele não ficou preso.

Ainda de acordo com Galiano, há inconsistências temporais no depoimento de Gustavo em relação aos demais envolvidos. A fala dele “está fora de todo o contexto da cena que nós reconstituímos em termos de horário”. Além do ex-namorado, 13 pessoas prestaram depoimentos à polícia.

Aldo Galiano Junior explicou que a adolescente foi “muito machucada e a cabeça foi encontrada raspada”, também no local onde o corpo estava. O delegado pontuou ainda que a jovem foi decapitada e apresentava sinais de tortura.

“Paixão” por necropsia

Torcedora do Corinthians, Vitória Regina completaria 18 anos no dia 13 de abril. No ano passado, em uma postagem no Instagram, a garota manifestou o sonho de trabalhar com necropsia, atividade que descreveu como “paixão”.

Em março do ano passado, a adolescente fez uma publicação na qual disse ter o desejo de se mudar de cidade. Em outra postagem, escreveu: “A vida é curta demais para eu não ser eu mesma”. Em outra, afirmou que “liberdade é poder ser você mesmo”.

A relação familiar era destacada como uma das mais importantes para jovem, que por diversas oportunidades publicava fotos com os sobrinhos, que ela definia como “amores da minha vida”.

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