Caso Marco Aurélio: desaparecimento no Pico dos Marins ainda intriga após quase 40 anos

Marco Aurélio Simon desapareceu em 1985 no Pico dos Marins, em Piquete (SP). Foto: Reprodução

O desaparecimento do escoteiro Marco Aurélio Simon, ocorrido em 1985 durante uma expedição ao Pico dos Marins, em São Paulo, segue como um dos maiores mistérios não resolvidos do país. O jovem, de apenas 15 anos, integrava um grupo de escoteiros em atividade na serra quando sumiu sem deixar rastros. Após buscas intensas, o caso foi arquivado, mas voltou à tona quase quatro décadas depois.

Em 8 de junho de 1985, Marco Aurélio fazia trilha na companhia de três amigos e de um líder escoteiro, quando se distanciou do grupo. As buscas, que envolveram bombeiros, policiais e até agentes da inteligência nacional, duraram 28 dias, mas não tiveram sucesso. Na época, a investigação não encontrou provas suficientes para apontar o que teria acontecido, levando ao arquivamento do inquérito.

O chamado “Caso Marco Aurélio” foi reaberto em 2021, após o surgimento de novas pistas que reacenderam o interesse da polícia. A reabertura ganhou repercussão nas redes sociais e em plataformas de áudio, como o Spotify, onde a possível participação do guia da expedição, Juan Bernabeu, passou a ser investigada. A hipótese de crime voltou a ser considerada pelas autoridades.

A reviravolta no caso trouxe novamente atenção ao Pico dos Marins, montanha localizada entre os municípios de Piquete e Cruzeiro, no interior paulista. Reconhecido pela beleza e também pelos desafios técnicos, o pico é um dos destinos mais procurados por praticantes de montanhismo no país.

No entanto, a região também já foi cenário de outros episódios de risco. Em 2022, o coach Pablo Marçal liderou um grupo de 32 pessoas na mesma trilha do Pico dos Marins e acabou precisando de resgate dos bombeiros devido às fortes chuvas. Marçal foi denunciado por colocar vidas em perigo e o episódio teve desdobramentos judiciais.

O caso de Marco Aurélio continua cercado de dúvidas. A ausência de vestígios, a falta de respostas concretas e o silêncio das testemunhas mantêm a aura de mistério sobre o que aconteceu naquele dia frio de junho. A família do escoteiro ainda busca respostas, enquanto a reabertura do inquérito dá nova esperança para um desfecho.

Apesar dos avanços tecnológicos e de novos métodos de investigação, o caso segue sem solução definitiva. A Polícia Civil trabalha com diversas linhas de apuração, inclusive periciais, e aguarda a conclusão de laudos e depoimentos para decidir os próximos passos.

O Pico dos Marins permanece como um símbolo ambíguo: ao mesmo tempo em que atrai aventureiros e montanhistas pela natureza exuberante, também é lembrado como o local de um dos desaparecimentos mais emblemáticos da história recente do Brasil.

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