
A Casa Branca confirmou nesta segunda-feira (17) o pagamento de US$ 6 milhões (cerca de R$ 34 milhões) ao governo de El Salvador para que o país receba venezuelanos deportados em suas megaprisões. A informação já havia sido divulgada por veículos da imprensa norte-americana com base em fontes de Washington. Com informações do g1.
O plano de deportação foi proposto pelo presidente de El Salvador, Nayib Bukele, e entrou em vigor no fim de semana, quando os primeiros deportados desembarcaram na capital San Salvador. A medida foi executada apesar de uma decisão da Justiça dos EUA proibindo o então presidente Donald Trump de expulsar cidadãos venezuelanos com base na “Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798”, uma norma utilizada apenas em períodos de guerra.
Deportação de venezuelanos para El Salvador
Mais de 200 indivíduos identificados como membros da gangue venezuelana Tren de Aragua foram deportados pelos Estados Unidos no domingo (16) e encaminhados a uma prisão de segurança máxima em El Salvador. Além disso, 23 integrantes da gangue internacional MS-13 também foram enviados ao país centro-americano.
A decisão judicial que bloqueava a deportação foi emitida no sábado (15) por um juiz federal em Washington, D.C., suspendendo por 14 dias a aplicação da antiga lei. Segundo o magistrado James Boasberg, a legislação se refere a “atos hostis” de nações estrangeiras equivalentes a uma guerra, não sendo aplicável ao caso dos migrantes venezuelanos.
Apesar da decisão judicial, o presidente Nayib Bukele indicou em uma rede social que a deportação já estava em andamento antes da ordem do juiz. “Ops… tarde demais”, escreveu.

Governo Trump defende legalidade da medida
A Casa Branca afirmou que a administração Trump agiu dentro da legalidade e está confiante na vitória judicial. O Departamento de Segurança Interna dos EUA, o Departamento de Estado e o governo salvadorenho não comentaram oficialmente sobre a deportação.
A Lei de Inimigos Estrangeiros, utilizada pelo governo Trump, tem um histórico polêmico. Foi empregada apenas três vezes na história dos EUA: durante a Guerra de 1812, a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial, quando justificou a internação forçada de cidadãos de ascendência japonesa, alemã e italiana em campos de detenção.
A tentativa de reativação da lei gerou fortes críticas de grupos de direitos civis e de membros do Partido Democrata, que condenaram seu uso para promover deportações em massa.
O governo venezuelano de Nicolás Maduro repudiou a medida, classificando a lei como “anacrônica” e afirmando que a deportação viola os direitos dos migrantes. Enquanto isso, a administração Trump apresentou um recurso ao Tribunal de Apelações do Distrito de Columbia para tentar reverter a decisão judicial.
WATCH: Venezuelan gang members deported by Trump arrive at mega-prison in El Salvador pic.twitter.com/roHGOuOePh
— Breaking911 (@Breaking911) March 16, 2025
Impacto e repercussão
A deportação de membros do Tren de Aragua para El Salvador levanta preocupações sobre segurança e direitos humanos. Especialistas alertam para possíveis consequências, incluindo a ampliação da influência da gangue na América Central e o impacto da medida na crise migratória venezuelana.
A controvérsia sobre a aplicação da Lei de Inimigos Estrangeiros segue em debate, com implicações jurídicas e políticas significativas nos Estados Unidos e na América Latina. O desfecho do recurso apresentado pelo governo Trump será crucial para definir os rumos da política de deportação adotada pela administração norte-americana.
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