Leia abaixo a Carta de Salvador aprovada pela plenária final do congresso. O documento rechaça a ingerência imperialista dos EUA em assuntos internos do Brasil e sustenta que a soberania nacional é inegociável
Neste momento o Brasil enfrenta uma abjeta e descarada agressão imperialista dos EUA à sua soberania. Em defesa de seu aliado, o golpista Jair Bolsonaro, e dos interesses escusos das big techs, o governo Trump impôs tarifas de 50% sobre exportações brasileiras e sancionou Alexandre de Moraes e sete outros ministros do Supremo Tribunal Federal em função do julgamento do chefe da extrema direita brasileira.
Esta pressão estapafúrdia sobre o STF, com o objetivo de intimidar os juízes e sabotar o julgamento do traidor golpista, afronta a autonomia e independência do Poder Judiciário e constitui uma ingerência inaceitável em assuntos internos da nossa pátria.
Não é a primeira vez que isto ocorre. Os EUA estiveram por trás do golpe militar de 1964 e contribuíram decisivamente para o golpe de 2016 (travestido de impeachment) e a prisão de Lula em 2018, instruindo a Operação Lava Jato. A diferença é que, em ambas ocasiões, temendo despertar o sentimento patriótico do povo brasileiro, os imperialistas norte-americanos sempre procuraram encobrir suas ações, operando nas sombras da clandestinidade.
Agora, diferentemente, o caráter imperialista das ações e intenções desses senhores, que se consideram os donos do mundo, é descarado e transparece de forma indecorosa, ao lado da profusão de mentiras e fake news sobre liberdade de expressão e direitos humanos. A classe trabalhadora sempre foi e é a principal vítima dessas agressões.
Em todas as ocasiões, o imperialismo contou com o apoio interno de forças reacionárias, ligadas a setores poderosos da classe dominante brasileira, que padecem do complexo de vira-latas e se comportam como traidores da pátria. Hoje a trairagem é liderada pelo golpista Jair Bolsonaro e o Clã que chefia, com destaque para o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que está foragido nos EUA conspirando diuturnamente contra os interesses do povo brasileiro, na linha de frente do entreguismo, conforme notou o ministro Gilmar Mendes.
É necessário compreender que tudo isto ocorre em meio à crise geopolítica que acompanha a decadência dos EUA e do chamado Ocidente em contraposição à ascensão da China e do Brics. Esta contradição é determinante nos acontecimentos em curso no mundo. O tarifaço de Donald Trump é também uma tentativa, vã, de interromper e reverter o processo de declínio da liderança de Washington.
A CTB apoia a conduta altiva e soberana do presidente Lula no enfrentamento do problema criado por Trump a pedido do Clã Bolsonaro, defende o fortalecimento do Brics e das relações com a China, a Índia e outros países do chamado Sul Global, bem como medidas para proteger ramos e empresas afetados pelas tarifas.
As medidas arbitrárias e unilaterais do governo Trump, à margem do direito internacional e da Organização Mundial do Comércio, são sintomáticas da falência da ordem mundial hegemonizada pelos EUA. A necessidade de uma nova ordem mundial é objetiva e cobra urgência. Deve ser fundada no multilateralismo, no respeito ao sagrado direito dos povos e nações à autodeterminação, reversão da corrida armamentista, solução pacífica dos conflitos internacionais, erradicação da fome e desenvolvimento sustentável e compartilhado.
O Brasil não deve e não vai se curvar às chantagens e pressões da Casa Branca. É hora de uma ampla unidade democrática e popular para defender a soberania nacional, rechaçar as pressões imperialistas, denunciar e desmascarar os traidores da pátria, procurando isolar a extrema direita bolsonarista.
A soberania nacional é inegociável!
Abaixo o imperialismo!