Escrevo estas linhas
Em meio às vinhas
Para defender o meu elo
Proteger o meu castelo
Meu mundo e minha amada
Pela paz empunho esta espada
Eu luto para salvar meu castelo e senhora
Estou disposto a qualquer hora
Antes: acendo uma vê-la
Minha causa é tão bela
Perto da batalha: faço,de joelhos,uma oração
E nela,Deus,entrego à minha senhora: meu coração.
Cantiga de amor, Charles Gentil
Após este meu poema, epígrafe desta Carta Aberta Aos que Sonham , quero, ardentemente, desejar a todos um Feliz Natal e um próspero Ano Novo repleto de paz e oportunidades.
Que em 2026 os palestinos possam desfrutar de melhores dias; de dias, realmente, melhores; que Israel, ao invés de lançar bombas sobre civis, opte por lançar presentes e esperanças, por semear a vida, ao invés da morte, para que as pessoas possam das ruínas daquele desespero malsão, reconstruírem seus sonhos e suas vidas em tributo a dignidade humana e, assim, com destemor implacável reerguerem suas casas demolidas com a flamejante chama da coragem imortal, capaz de reformar seus sorrisos e alegrias,antes,apagados sob o incêndio da intolerância.
Que o próximo Natal, tanto aos palestinos, quanto aos demais irmãos sociais, não esteja distante e que as festas natalinas de amanhã sejam melhores – e serão – do que cada dia fatal, que precedeu este Natal de ausências incontornáveis; cada dia vivido, de angústias plenas e dores indizíveis, retumbantes; dias perturbadores de horizontes sangrentos percorridos sobre a memória dos cadáveres que tanto amamos; dos que se foram, que partiram – apesar de nossas súplicas – ao porto celestial; que sucumbiram, vítimas, das atrocidades de governantes injustos e cruéis para, porém, fazerem – estes defuntos queridos – florir a esperança de dias vindouros magnânimos, semeados de ânimos e de profundas ternuras por justiça social. Quão diferente será o próximo Natal.
Que em 2026 cesse o genocídio, finde a carnificina, que os palestinos deixem de ser o banquete nesta mesa estranha de requintada crueldade; que o vinho tinto do sangue vertido de cada palestino, seja por dissabor e horror consumado insípido,sobretudo,a quem cultiva por gosto hediondo renovar o mal; que a taça sangrenta de vidas aniquiladas, seja amarga a quem com paladar maligno saboreie, pelo cálice perverso do poder, e em deleite sombrio, as almas palestinas que sangram em heroica resistência.E não foi em vão que, na Faixa de Gaza, se fez e faz a guerra em busca da paz(assim, protestou o Hamas).
Que em 2026 se faça guerra à guerra; que, no mundo, se promova, por isso, a paz; a paz como alternativa, a paz como escolha sensata e sincera – como condição sine qua non – ao desenvolvimento humano; a paz com o coração, não é ilusão, nem quimera; a paz, ao contrário, é para a humanidade: o porvir de uma nova primavera; a oração que a alma refrigera; que floresça a paz, que cresça a paz, que a paz se espalhe, se instale – que o sofrimento cale – que a paz seja sem limites, seja intrínseca, seja intensa, seja inteira, seja sem fronteira; que a paz contagie, contagie mesmo; que a paz não nos deixe em paz, que a paz nos persiga, que a paz não nos dê trégua, que a paz, que a paz seja capaz de invadir nossos corações, de ocupar nossas mentes, de estar presente sempre, inclusive, entre ateus e crentes; que a paz não seja discurso vão, e, de fato, mude o curso do mundo;porque a paz é revolucionária, em parte ou no todo: é anti-totalitária; que a paz seja voraz e queira sempre e sempre mais a paz;
Que se queira a paz para a Venezuela, que para a Ucrânia se queira a paz; que a paz não seja, no mundo, terras raras; que a paz seja um elemento natural entre os povos; que se explore a paz, que se aprofunde a paz, que a paz inunde tudo; que o mundo transborde em paz; que a paz possa, então, colorir o mundo( colorir mesmo)desenfreadamente, a esmo; que o mundo seja ainda mais plural, diverso, de múltiplas vozes: multilateral ( de leis; legal; e não daquela vontade unilateral; o princípio e o fim de todo mal, não); que os povos celebrem seus recursos em respeito mútuo; que o minérios críticos, não sejam pretexto para uma paz crítica, superficial, uma paz precária; não, que a paz, em 2026, seja oceânica, completa, empolgante, potente,vistosa,gloriosa.
Que,em 2026, o mundo se desenvolva para todos os lados: dos aliados, aos adversários – estes que a nós, inclusive, são contrários – notem,porém, que neste quesito, não me refiro, nem com desdém, aos inimigos; é que não aconselho a bondade andar de mãos dadas à ingenuidade;
Desejo, então, que os povos progridam ao máximo suas oportunidades; que se tenha comida farta à mesa, que se tenha trabalho em abundância, que se tenha alta tecnologia ao extremo, que se tenha alegria em excesso, protuberante; que a felicidade vibre e seja vibrante; tudo de bom e melhor, aos povos do mundo inteiro.
Eu reivindico: transbordamentos e excessos plenos!!!
Que ao mundo se abra um universo de infinitas possibilidades; que aos povos e a cada pessoa – que não se largue à-toa – mas, que se queira superar os limites instituídos, triunfar sobre desafios inéditos, vencer a si mesmo para coroar e fazer florir, assim, as inesgotáveis potencialidades que querem despertar para conduzir, todos e tudo, além e aquém, daquilo e àquilo a que se julgavam, meramente, circunscritos; que em protesto solene e incontido, se queira mais e mais e cada vez melhor; que se queira mais justiça social, mais dignidade humana, mais fraternidade para que, com isso, melhore a própria condição da existência humana e haja sentido duradouro no propósito de ser, a cada dia: humano, demasiado humano.
Que, em 2026, nem os indesejáveis extremos climáticos, nem da política, seus extremos indesejáveis, lançem sobre o país e o planeta, a catástrofe dos ciclones da violência, nem a ira das tempestades do desafeto; que, em 2026, a fúria dos tornados do genocídio ou a cólera destruidora dos tufões da vingança antidemocrática, sejam domados pela união, constância e vitalidade das forças sociais, que reconstroem o Brasil e o mundo.
Que, em 2026, a toda-poderosa gentileza triunfe, enfim, sobre os rudes de coração e os bárbaros de alma armada; que a doçura se rebele, com carinho, contra os espinhos da truculência autoritária; que a delicadeza deslize em contestação amável e derrote o exército famigerado da intolerância; que a suavidade, em formosa rebelião, conteste, de forma macia e bela – singela – , toda macieira de opressão; que, em 2026, seja o ano do levante da alegria perfeita e que aconteça a insurgência da bondade contra todo o resquício de maldade e falta de polidez humanitária; que, em 2026, a intentona do amor vença a tirânia do ódio e a ditadura da insensibilidade.
Aos que sonham – e mesmo aos que vivem a tormenta de um pesadelo passageiro – estes são os meus sinceros votos para 2026.
Porque – creio – se tudo está diferente do que deve ser; certamente, é porque é possível estar diferente do que,hoje, ainda é.
Abraço fraterno
Charles Gentil
Secretário de Finanças,PED 2025
Ex-presidente do Diretório Zonal PT do Centro,PED 2019