
O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) surtou nas redes sociais nesta terça-feira (17), após ser indiciado pela Polícia Federal (PF) no inquérito que apura o uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem e disseminação de fake news.
Além de Carluxo, seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da Abin, também foram indiciados pela PF. No total, mais de 30 pessoas foram indiciadas.
Em publicação no X, o filho “02” de Bolsonaro sugeriu que seu indiciamento está relacionado às articulações para a eleição de 2026, negando que seja apenas uma “coincidência”.
“Alguém tinha alguma dúvida que a PF do Lula faria isso comigo? Justificativa? Creio que os senhores já sabem: eleições em 2026? Acho que não! É só coincidência!”, choramingou Carluxo.
Alguém tinha alguma dúvida que a PF do Lula faria isso comigo? Justificativa? Creio que os senhores já sabem: eleições em 2026? Acho que não! É só coincidência! https://t.co/Fdm4eIcOkW
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) June 17, 2025
As investigações começaram em 2019, com a descoberta do uso do software “First Mile” para monitorar ilegalmente cidadãos durante o governo Bolsonaro. A apuração revelou a existência da chamada “Abin paralela”, uma estrutura clandestina que produzia dossiês, vigiava autoridades e promovia desinformação sobre o sistema eleitoral.
Segundo a PF, a estrutura ilegal foi criada sob o comando de Ramagem, então diretor da Abin, a mando de Bolsonaro.
A ferramenta espionava celulares por meio de dados de antenas, permitindo identificar a localização de alvos em tempo real, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Câmara, Arthur Lira, o ex-deputado Rodrigo Maia, o ex-governador João Doria e jornalistas.
Ainda de acordo com os investigadores, documentos obtidos em e-mails de Ramagem indicam que ele orientava Bolsonaro a desacreditar as urnas e a adotar uma postura agressiva contra “o sistema”, reforçando o uso político da Abin para fins autoritários.