O piloto da VoePass pediu respeito à empresa e defendeu a segurança do modelo ATR-72, após a trágica queda do avião em Vinhedo, São Paulo, que resultou na morte de todos os 62 passageiros e tripulantes.
Na manhã de sábado, antes da decolagem de um voo do mesmo modelo ATR-72 no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, com destino a Cascavel, Paraná, o piloto se dirigiu aos passageiros. Ele lamentou a perda de amigos no acidente e ressaltou que o ATR-72 é um avião ultrasseguro, com mais de 2.000 unidades operando ao redor do mundo, inclusive em condições adversas como gelo e neve.
O piloto destacou que o comandante do voo que caiu, Danilo Santos Romano, era seu amigo pessoal, e que conhecia todos a bordo. Ele pediu aos passageiros que, sempre que ouvissem comentários sobre o ATR, reforçassem que se trata de uma aeronave segura, embora mais suscetível a condições climáticas extremas.
Além de defender a aeronave, o piloto fez um apelo por respeito à VoePass e aos profissionais da aviação. Ele lembrou que a tragédia não afeta apenas as vítimas, mas todos os envolvidos, que também têm famílias e filhos. “Estamos aqui hoje com todo nosso coração, dando nosso melhor, todo nosso profissionalismo”, afirmou.
Por fim, o piloto pediu orações pelas 62 vítimas do acidente, reforçando que a intenção da companhia sempre foi garantir a segurança e o bem-estar dos passageiros. Enquanto a VoePass ainda não divulgou informações sobre as causas do acidente, especialistas têm considerado a hipótese de acúmulo de gelo nas asas da aeronave.
Outra possibilidade levantada é uma falha na posição das hélices. A aeronave, que decolou às 11h50 de Cascavel com previsão de chegada às 13h40 em Guarulhos, perdeu 3.300 metros de altitude em menos de um minuto, às 13h21, segundo o site Flight Aware.
A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) confirmou que o avião, fabricado em 2010, possuía todos os certificados de matrícula e de aeronavegabilidade válidos. A tripulação, composta por quatro membros, também estava devidamente licenciada. A caixa-preta do avião foi recuperada e será analisada pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) para esclarecer as causas do acidente.
Parentes das vítimas, que estão chegando a São Paulo vindos do Paraná, serão assistidos por psicólogos e acomodados em hotéis na capital. O tenente Ramatuel Silvino, da Defesa Civil, informou que os familiares serão concentrados no auditório do Instituto Oscar Freire, próximo ao IML, para receber suporte durante o difícil processo de reconhecimento.