A cantora mineira Titane está lançando o single “Madeira”, que integra seu novo álbum. A faixa marca uma colaboração com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e traz a participação especial do Bloco Pisa Ligeiro, grupo criado na Escola de Arte João das Neves, em Minas Gerais, iniciativa cultural do próprio movimento.
Composta por Sérgio Pererê, a canção conta com a presença do músico Paulo Santos, do grupo Uakti. O lançamento será acompanhado de um videoclipe dirigido por Papoula Bicalho, que estreia no canal oficial da artista no YouTube (@titaneoficial). O vídeo destaca a força e a resistência de trabalhadores do campo, da cidade e das agroflorestas, celebrando a cultura popular ligada à luta pela terra.
A parceria entre Titane e o MST é fruto de uma relação construída desde 2016, durante a ocupação da Funarte em Belo Horizonte. Esse diálogo resultou na criação da Escola de Arte João das Neves, em 2017, e do Bloco Pisa Ligeiro, lançado no carnaval de 2020. O grupo utiliza enxadas como instrumentos de percussão e se consolidou como espaço de formação artística e de expressão cultural do movimento.
Para Titane, essa trajetória reafirma o protagonismo coletivo do MST. “A arte é um lugar de protagonismo tanto do indivíduo quanto das comunidades. O MST é formado por pessoas que assumem cotidianamente as rédeas de suas vidas, de sua história e de sua cultura. É a construção de uma nova cultura”, afirma.
Gue Oliveira, militante do MST, reforça que a escola é um espaço de sensibilidade dentro da luta. “A música e o teatro feitos pelo povo Sem Terra projetam a diversidade das culturas populares brasileiras. Nas místicas diárias, formas estéticas se misturam com liberdade e com uma ética clara em defesa da vida”, explica.
O novo álbum de Titane tem lançamento previsto ainda para este ano, com produção assinada pela própria artista em parceria com André Siqueira. Aos 40 anos do primeiro disco, Titane já gravou composições inéditas de Chico César, Lenine, Luiz Tatit, Maurício Pereira, Edvaldo Santana, André Abujamra, além de canções de domínio público. Sua trajetória é marcada por diálogos estéticos e pela valorização da música brasileira em sua diversidade.
