São Gonçalo, município do estado do Rio de Janeiro, tem enfrentado desafios históricos que vão desde altos índices de violência até graves problemas de infraestrutura. Com uma população de mais de um milhão de habitantes, a cidade se destaca pelo tamanho e pelas dificuldades que seus moradores enfrentam no dia a dia. Mas, com os novos investimentos do governo Lula, por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), há esperança para a cidade, conforme ressaltou o candidato do PT à prefeitura do município, Dimas Gadelha, durante entrevista no Café PT desta terça-feira (20).

O candidato defende um modo de governar que promete transformar a realidade do município: o “modo petista de governar”.

Gadelha destacou que, desde que o presidente Lula reassumiu o governo, uma série de investimentos federais foram destinados a São Gonçalo, principalmente por meio do Novo PAC, que visa acelerar o desenvolvimento e melhorar a infraestrutura do país.

“São Gonçalo é uma cidade muito sofrida, uma cidade que o povo tem muito medo por causa da violência, das barricadas espalhadas por tudo quanto é lugar”, afirmou.

Ele enfatizou que, recentemente, o governo Lula anunciou uma série de investimentos que são específicos para a cidade, como a construção de uma quadra poliesportiva no bairro do Jardim Catarina, a criação de uma nova creche para atender à demanda crescente das mães trabalhadoras e a implantação de um equipamento cultural no bairro de Neves.

Além disso, foram destinados recursos para a urbanização do bairro da Ipuca, que sofre com frequentes enchentes, e para o bairro do Porto Novo, uma área antiga que também enfrenta graves problemas de alagamento.

“O presidente Lula anunciou no primeiro PAC uma quadra poliesportiva, uma creche, e um equipamento de cultura. No segundo PAC, há recursos para urbanização de bairros afetados por enchentes e alagamentos específicos”, detalhou.

Recentemente, o presidente Lula também anunciou um investimento de R$ 155 milhões para o bairro de Neves, voltado para obras de transporte e combate às enchentes. “Esses recursos vão melhorar muito a qualidade de vida dos Gonçalenses, especialmente nas áreas mais vulneráveis ​​e historicamente negligenciadas”, ressaltou.

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Segurança pública

Um dos temas centrais da campanha de Dimas Gadelha é a segurança pública. São Gonçalo, como muitos municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro, enfrenta uma crise de violência exacerbada pela presença de milícias e pelo tráfico de drogas. O município é marcado por bairros inteiros dominados por barricadas, que limitam a circulação de moradores e aumentam a sensação de insegurança.

“São Gonçalo é uma cidade que precisa muito de investimento em segurança pública. Hoje, cerca de 40% do nosso território está compreendido por barricadas. A gente precisa disputar a vida dos jovens, que estão sendo tragados por essa realidade”, disse.

Ele propõe uma abordagem integrada para enfrentar esse problema, que inclui a instalação de um novo batalhão da Polícia Militar na cidade, o aumento do contingente policial e a implementação de um sistema de câmeras de segurança, inspirado no modelo bem-sucedido de Niteroi.

Gadelha defende ainda o fortalecimento da Guarda Municipal para atuar na proteção das escolas e outras áreas críticas, integrando essas forças de segurança em uma rede coordenada para maximizar a eficiência no combate à criminalidade. “A nossa prioridade é construir creches, escolas integrais e profissionalizar nossos jovens. Quanto mais jovens a gente profissionalizar, mais jovens a gente vai tirar das barricadas”, explicou.

Ele também enfatizou que a segurança pública deve ser tratada de forma integrada com outras políticas sociais. “A única política que existe hoje na cidade é a do asfalto. Infelizmente, essa política não resolve os problemas crônicos de segurança. Nós vamos implantar um programa de Tarifa Zero no transporte público, além de bolsas universitárias para os jovens das áreas mais carentes”, completou.

Falta de investimentos pelo atual prefeito

Gadelha falou sobre a atual gestão municipal de São Gonçalo quanto à destinação dos recursos provenientes da venda da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae). O município recebeu mais de R$ 1 bilhão com a privatização, mas, segundo Dimas Gadelha, esses recursos não foram aplicados de forma adequada para resolver os problemas mais urgentes da cidade.

“O município não fez o dever de casa”, criticou. Segundo ele, os recursos da venda da Cedae poderiam ter sido usados para transformar a realidade de muitos bairros carentes, mas foram desperdiçados em projetos com apelo eleitoral, mas sem impacto significativo na vida das pessoas.

“O município recebeu R$ 1 bilhão, mas só investiu em asfalto e concreto no centro da cidade. Isso não resolve os problemas estruturais que afetam a maior parte da população, especialmente nas periferias”, disse.

O candidato propõe utilizar os recursos federais do PAC para corrigir essas falhas e direcionar os investimentos para as áreas mais necessitadas, como os bairros da Trindade e Jardim Catarina.

“Poderíamos usar esse recurso do PAC em outros bairros porque esses bairros que já são mais críticos já poderiam ter sido atendidos com recurso da venda da Cedae”, afirmou.

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Participação da mulher no governo

Outro ponto de destaque no plano de governo de Dimas Gadelha é a inclusão e valorização das mulheres. Ele reconhece o papel central que as mulheres desempenham na sociedade, especialmente em São Gonçalo, onde muitas são chefes de família e enfrentam dificuldades para conciliar trabalho e cuidado com os filhos.

Gadelha propõe a criação de uma Secretaria para as Mulheres, que seria responsável por desenvolver políticas públicas específicas para este grupo. “Nós escolhemos aqui uma vice mulher, a prefeita Aparecida, que já foi prefeita outras vezes, e queremos criar uma Secretaria para as Mulheres aqui no município de São Gonçalo, que não existe”, afirmou.

Entre as propostas estão a triplicação do número de vagas em creches municipais, a implantação de escolas em tempo integral e a criação da Casa da Mãe Atípica, um espaço onde as mães de crianças com necessidades especiais poderiam receber apoio psicológico, orientação profissional e acesso a programas de empreendedorismo.

“Nosso plano de governo fala em triplicar o número de vagas na creche aqui no município. Em todo canto da cidade que a gente vai, a gente escuta uma mãe dizendo que conseguiu um emprego, mas não tem onde deixar o filho. Isso precisa mudar”, disse.

Ele destacou ainda a necessidade de aumentar a representação feminina na política local. Atualmente, dos 27 vereadores da cidade, apenas uma é mulher. “A gente precisa ampliar esses números de vagas de mulheres. Montamos uma nominata com pessoas muito qualificadas e precisamos eleger uma câmara que esteja alinhada com o prefeito para que a gente consiga colocar as políticas públicas que o município precisa”, argumentou.

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Tarifa zero e moeda social

Além das questões de segurança pública e inclusão das mulheres, o plano de governo de Gadelha traz outras propostas que visam transformar São Gonçalo em uma cidade mais justa e igualitária. Entre elas, destaca-se a implantação do Tarifa Zero no transporte público, que permitiria aos moradores utilizarem ônibus gratuitamente, facilitando o acesso ao trabalho, educação e serviços essenciais.

Ele pretende ainda criar uma moeda social, semelhante à implementada em cidades como Maricá e Niteroi. A ideia é que essa moeda seja utilizada para estimular a economia local, incentivando o comércio e gerando emprego e renda. “Queremos implantar aqui o nosso Cartão Tamoio, dialogando com setores como os catadores de material reciclado, os pescadores e o pessoal da agricultura familiar”, explicou.

Na área de infraestrutura, além de continuar os projetos de drenagem e urbanização iniciados pelo PAC, o candidato quer focar em obras que melhorem o saneamento básico da cidade, especialmente nas áreas periféricas. “Precisamos resolver os problemas estruturais de São Gonçalo para garantir uma vida mais digna para todos os moradores”, afirmou.

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Última Atualização: 20/08/2024