O ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto, ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, minimizou nesta quinta-feira (20) a discordância em relação ao novo aumento da taxa básica de juros (Selic), anunciado na quarta-feira (19) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Haddad afirmou que o aumento já estava “contratado” desde a última reunião do Copom em 2024, sob a presidência de Roberto Campos Neto, indicado pelo governo Bolsonaro.

A Selic subiu para 14,25% ao ano, patamar mais alto desde outubro de 2016. O objetivo da alta é “esfriar” a economia e combater a inflação, que segue pressionada.

“Você não pode na presidência do BC dar um cavalo de pau depois que assumiu, é uma coisa muito delicada. Novo presidente e diretores têm uma herança a administrar, assim como eu tinha uma herança a administrar depois de Paulo Guedes”, disse o ministro.

O governo Lula (PT) tem cobrado, desde o início de 2023, a redução dos juros para estimular o crescimento econômico. Ainda assim, desde janeiro, quando o Banco Central passou a ser comandado por Gabriel Galípolo, indicado pelo próprio governo, a política de alta dos juros foi mantida.

Gabriel Galípolo, novo presidente do BC, assumiu em janeiro de 2025. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Haddad destacou que tanto o Executivo quanto o BC têm metas a cumprir: “Os técnicos do BC são qualificados, vão fazer e buscar o melhor pelo país. Mas têm um trabalho a fazer, o Executivo também tem trabalho a fazer, marco fiscal a cumprir. Vamos esse ano cumprir os nossos compromissos de meta. E o BC tem a meta de inflação também, assim como eu tenho a meta fiscal a cumprir. São metas sempre exigentes, mas que temos de buscar”.

A declaração repete a postura adotada por Lula no fim de janeiro, quando o Copom, sob o comando de Galípolo, também aumentou os juros em um ponto percentual.

Na ocasião, o petista afirmou que o novo presidente do BC não poderia “dar um cavalo de pau num mar revolto de uma hora para outra”. “Já estava praticamente demarcado a necessidade da subida de juros, pelo outro presidente [Roberto Campos Neto]. E o Galípolo fez aquilo que ele entendeu que deveria fazer”, disse o presidente.

O aumento da Selic para 14,25% foi a quinta alta consecutiva e a segunda sob a liderança de Gabriel Galípolo. O movimento já era esperado pelo mercado financeiro, alinhando-se à sinalização do Copom na reunião de dezembro, quando a taxa foi elevada de 11,25% para 12,25%. O comitê indicou na ocasião a intenção de novos aumentos na mesma magnitude nos encontros seguintes.

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Last Update: 20/03/2025