Fiel ao modo bolsonarista de se manifestar em bolhas a anos-luz da realidade dos fatos, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas mentiu sobre o funcionamento do processo eleitoral brasileiro. Em uma de suas redes sociais, Freitas insinuou, na sexta-feira (18), que não há eleições livres no Brasil, apesar de ter vencido o pleito de 2022, no mesmo ano em que o presidente Lula foi consagrado presidente pela terceira vez. Neste sábado (19), o secretário Nacional do PT e deputado federal, Jilmar Tatto (SP), cuidou de trazer Tarcísio de volta ao mundo da verdade factual.

“Eu acho que é um certo desespero dele [Tarcísio] para prestar serviço para a família Bolsonaro, para se credenciar para ser o candidato de Bolsonaro no ano que vem”, declarou Jilmar Tatto, ao jornal Folha de S. Paulo. Tatto avalia que o extremista de direita comete um grave erro ao se filiar à narrativa bolsonarista de ataque às urnas.

E fez um alerta: “O caminho que o Tarcísio está trilhando, que é colocar em dúvida a questão da eleição, da democracia, é o caminho da derrota”, ponderou Tatto. “Aliás, o Tarcísio foi eleito na mesma urna que o Lula foi eleito. Participou, foi diplomado, tomou posse, nunca questionou. Então é mais um ato de desespero para prestar serviço para o presidente tornozeleiro”, definiu o petista.

Risco de fuga

Sobre a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de aplicar medidas de restrição a Jair Bolsonaro, a fim de impedir, além de uma fuga, que ele prejudique o andamento das investigações sobre as atividades do filho Eduardo nos Estados Unidos, o parlamentar considera que foi uma decisão acertada.

“A única coisa que deixa todo mundo aliviado é que não existe o risco de o Bolsonaro fugir do país para não ser preso. Essa medida veio em boa hora. Eu mesmo estava agoniado aqui de medo do Bolsonaro fugir”, confessou Jilmar.

O inquérito contra Eduardo Bolsonaro foi aberto no início deste ano, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). No texto que embasa a decisão, Moraes ressaltou que o filho de Bolsonaro “vem afirmando que está se dedicando a conseguir do governo dos Estados Unidos a imposição de sanções contra integrantes do Supremo, da PGR e da Polícia Federal, pelo que considera ser uma perseguição política a si mesmo e a seu pai”.

Quando Bolsonaro confessou em depoimento ter transferido R$ 2 milhões para custear as despesas de Eduardo nos Estados Unidos, a Polícia Federal entrou em campo para averiguar a atuação do extremista no caso.

Da Redação, com Folha de S. Paulo

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Last Update: 19/07/2025