O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (6), a suspensão do mandato do deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES) por três meses. A decisão foi tomada por 15 votos a 4 e decorre de declarações ofensivas do parlamentar contra a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT).
Durante a sessão da Comissão de Segurança Pública, no fim de abril, Gilvan atacou a petista chamando-a de “uma prostituta do caramba”, ao comentar documentos da empreiteira Odebrecht em que Gleisi foi citada com o codinome “amante”. As denúncias relacionadas ao caso foram arquivadas em 2023.
Diante da gravidade das ofensas, a própria Mesa Diretora da Câmara apresentou uma representação ao Conselho de Ética. No documento, assinado pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), pelos vice-presidentes e secretários, a fala de Gilvan foi classificada como “abertamente ultrajante, desonrosa e depreciativa”. A cúpula da Câmara também afirmou que o comportamento do parlamentar é “incompatível com a dignidade do mandato”.
Inicialmente, a Mesa havia sugerido o afastamento cautelar de seis meses. No entanto, o relator do caso, deputado Ricardo Maia (MDB-BA), recomendou a suspensão por três meses — medida que acabou aprovada pelo colegiado.
Em seu parecer, Maia destacou que a fala de Gilvan não apenas atingiu Gleisi Hoffmann, mas também feriu a imagem institucional do Parlamento. “Os fatos vão além de uma simples divergência política ou de um embate retórico acalorado”, argumentou. “As manifestações ultrapassam os limites da liberdade de expressão parlamentar, com ataques pessoais e desqualificação moral, por meio de termos ofensivos e desrespeitosos, que ferem a dignidade das autoridades atingidas e comprometem os valores institucionais da Câmara dos Deputados.”
Vale lembrar que Gilvan da Federal já protagonizou outras declarações polêmicas. Em um discurso anterior no plenário, chegou a dizer que queria que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) morresse.