O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Ricardo Teixeira, do União Brasil, vetou pela segunda vez consecutiva a realização de um evento pró-Palestina organizado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que seria realizado na última quarta-feira (14). O ato, promovido pelo Núcleo Palestina do PT e pelo mandato da vereadora petista Luna Zarattini, marcaria os 77 anos da Nakba, a tragédia palestina que resultou na diáspora de quase um milhão de pessoas após a criação do enclave imperialista, em 1948. A data é lembrada em meio a uma campanha abertamente genocida do país artificial contra Gaza, que já matou mais de 52 mil pessoas desde outubro de 2023, segundo o Ministério da Saúde palestino.
No ofício, Teixeira justificou a decisão com base no regimento interno, alegando que o evento precisava de “análise mais aprofundada” pela Mesa Diretora para verificar sua compatibilidade com as funções da Câmara. O documento afirma: “a presente medida objetiva garantir que todas as atividades realizadas no âmbito desta Câmara estejam alinhadas aos princípios institucionais, especialmente em relação ao respeito mútuo, à diplomacia e à segurança pública”.
Em 2024, um evento semelhante, o Seminário Sobre a Situação da Palestina e o Partido dos Trabalhadores, também foi vetado pelo então presidente Milton Leite, igualmente do União Brasil, partido que conta com figuras abertamente sionistas, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, uma das principais lideranças do latifúndio brasileiro, conhecido por práticas violentas contra camponeses e indígenas.
Zarattini denunciou a decisão como um “veto político”, afirmando: “o evento sobre os 77 anos da Nakba foi suspenso com um argumento burocrático, que, na prática, esconde um veto político. O procedimento para agendar o evento foi o mesmo de sempre, não existe essa prática de submeter os eventos para aprovação prévia da Mesa Diretora por parte de nenhum vereador. É lamentável que a Câmara Municipal de São Paulo continue fechando as portas para a comunidade palestina de nossa cidade. Já é a segunda vez que isso acontece”.