A Câmara cassou o mandato de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) em razão de suas faltas às sessões plenárias. O deputado federal está preso desde março de 2024 sob a acusação de ter encomendado a morte da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL).
O ato da Mesa Diretora, assinado nesta quinta-feira 24, baseia-se no artigo 55 da Constituição, a prever a perda de mandato do parlamentar que “deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada”. A defesa de Chiquinho não se pronunciou sobre o assunto.
A decisão, publicada no Diário Oficial da Casa, é assinada pelo presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), pelo primeiro-secretário, Carlos Veras (PT-PE), e pelo segundo-secretário, Lula da Fonte (PP-PE).
Chiquinho e seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão, são réus no Supremo Tribunal Federal por homicídio qualificado e tentativa de homicídio.
O processo de cassação contra Chiquinho completou neste mês um ano parado na Câmara. Enquanto isso, o deputado continuava a receber salário, mesmo afastado das atividades parlamentares.
Para a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), é lamentável que a cassação não tenha ocorrido no plenário. “Claramente com objetivo de preservar os direitos políticos daquele que possivelmente mandou executar Marielle e Anderson, para que ele não fique inelegível”, criticou. “E também para preservar seus aliados deputados em plenário para que não coloquem suas digitais na cassação.”
(Reportagem em atualização)