O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e o dono do X, Elon Musk: aliados de Bolsonaro apostam em uma ofensiva do republicano e do bilionário contra o magistrado. Foto: Reprodução

A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos tem alimentado expectativas entre parte dos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Eles esperam que Trump, em parceria com Elon Musk, dono da rede X, tome medidas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, responsável pelos principais inquéritos envolvendo Bolsonaro. No entanto, nem todos os aliados compartilham essa visão.

Alguns próximos a Bolsonaro avaliam que a negativa de Moraes ao pedido de devolução do passaporte do ex-presidente, que o impediria de viajar aos Estados Unidos para acompanhar a posse, acabou reforçando a narrativa de perseguição jurídica.

“Por esse motivo, eu estava pessoalmente torcendo pela rejeição do pedido, e muita gente no entorno também”, revelou, sob anonimato, um aliado que participou da caravana bolsonarista em Washington à colunista Malu Gaspar, do Globo.

Apesar das expectativas, aliados bolsonaristas reconhecem que não há clareza sobre o que Trump e Musk poderiam fazer para pressionar o STF ou Moraes. No entanto, um aliado na Casa Branca é visto como estratégico para “mudar o jogo”.

Musk, que se tornou um dos nomes mais próximos de Trump, tem um histórico de confronto com Moraes. Ele já o chamou de ditador, exigiu sua renúncia e prisão e está sendo investigado no inquérito das milícias digitais após ataques ao magistrado.

Musk, inclusive, teria Moraes como inimigo pessoal e “se diverte” com memes bolsonaristas satirizando o ministro, o que é visto como um possível ponto de pressão, conforme relatos.

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Jair Bolsonaro e Donald Trump: o entorno do ex-presidente avalia que a negativa de Moraes para a viagem do ex-capitão à posse nos EUA indignou americanos. Foto: Reprodução

Um outro ponto de vista

Ainda assim, a ideia de que Trump e Musk liderariam uma ofensiva contra o STF não é unânime. Um importante aliado de Bolsonaro afirmou que o republicano pode ser difícil de acessar em momentos cruciais.

“Na hora H ninguém consegue acessar o Trump. Relações bilaterais se constroem com reciprocidade. Qual a contrapartida que Bolsonaro pode oferecer?”, questionou.

Outro ex-ministro bolsonarista apontou que, embora Trump seja próximo de Bolsonaro, ele governará com foco exclusivo nos interesses dos Estados Unidos, deixando o Brasil fora de suas prioridades.

Além disso, alguns aliados defendem estratégias mais pragmáticas, como mobilizar a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil para negociar diretamente com integrantes do STF. Outros acreditam que a oposição no Brasil deve capitalizar a vitória de Trump, mas sem ilusões de que ele tomará ações concretas em favor da direita nacional.

“O lema de Trump é America First. A importância do Brasil é mais ‘opcional’ do que ‘existencial’”, disse um aliado, destacando que Trump priorizaria líderes como Javier Milei, que têm poder, em vez de Bolsonaro, que está sem passaporte.

Mesmo entre aqueles que acreditam em um alinhamento com Trump, há consenso de que qualquer iniciativa dependerá de intensas negociações entre os aliados de Bolsonaro e o entorno do presidente americano. O pragmatismo de Trump, avaliam, pode levá-lo até mesmo a adotar uma postura negociadora com o governo Lula.

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Last Update: 21/01/2025